O corte da energia por falta de pagamento é mais um capítulo de uma história mal contada que envolve o Teatro Municipal de Cubatão – um verdadeiro monumento à corrupção e ao desperdício - que vem sendo mantido há décadas e que já atravessou quatro administrações e promete entrar na quinta, sem solução.
Durante a campanha, denunciei, inclusive usando o espaço do horário eleitoral gratuito, a aberração. Disse o que faria: instauraria uma auditoria para apurar desvios e responsabilidades e encaminharia o caso ao Ministério Público. Este é um caso clássico de “Polícia para quem precisa”.
O Teatro, da mesma forma que o Edifício Castro, é emblemático de uma era de desmandos e de “jeitinhos”, que tem significado desperdício de recursos públicos, corrupção desenfreada e meia dúzia de espertos se dando, como sempre, muito bem. Primeiro, constroem um elefante branco que já teria consumido cerca de R$ 23 milhões dos cofres públicos. O elefante permanecia fechado, até que aparece uma ONG “cheia de boas intenções” – a TUPEC - , para administrá-lo.
Como num passe de mágica, vem a Petrobrás, não se sabe por influência de quem e se compromete a repassar R$ 4 milhões de reais para o término da obra eternamente inacabada.
O que teria feito a Petrobrás, nossa estatal gigante do Petróleo, investir essa grana preta no elefante branco da Nove de Abril, é um mistério...!!!
Como sempre mais uma vez, coisa mal explicada. Como uma ONG consegue esse volume de recursos para administrar uma obra sobre a qual sempre pairou suspeitas cabeludas, é história para ser contada à parte. Há um dado, não menos revelador: a ONG TUPEC era a parte visível na parceria, mas quem administrava a tal obra de reforma, era quem? Claro, a Terracom Ltda.
Bom, com a “reforma” restrita apenas a parte térrea, criou-se um simulacro de um Teatro, insólito: a parte debaixo, parecia tudo ok; na parte de cima, cadeiras, ferro retorcido, estruturas se deteriorando. Mostrei tudo isso no horário eleitoral.
No debate promovido pela TV Pólo, com os candidatos, o advogado José Ferreira Campos Filho, o nosso companheiro Zeca, sentado na primeira fileira, por pouco não cai da cadeira, cujo fundo despencou. Há denúncias gravíssimas sobre o uso dos R$ 2 milhões já liberados, denúncias, ao que se sabe, entregues ao Ministério Público.
Bom, agora para encerrar com chave de ouro essa comédia (que está mais para tragédia) programa-se um evento, anuncia-se a cobrança de ingressos, e na hora agá, o distinto público é informado de que não haverá espetáculo, porque a luz foi cortada por falta de pagamento.
Sugiro a secretária Marilda Canelas que, se esse “governo” veio mesmo para o que prometeu, é simples: instaure-se uma auditoria para apurar responsabilidades, de forma livre, independente, “sem jeitinhos”, e ao cabo dessa auditoria, encaminhe-se o caso ao Ministério Público, à Justiça que, com toda certeza, saberá o que fazer com quem desviou recursos públicos.
Apuradas as responsabilidades, que os responsáveis, além de responderem criminalmente, respondam em ações cíveis para o ressarcimento aos cofres públicos do dinheiro desviado, a fim de que o meu, o seu e o nosso dinheiro, não continue sendo torrado de forma irresponsável - criminosa, mesmo.
Depois, disso, decide-se o que fazer com o elefante branco. Inclusive porque, de tanto sanguessuga, o elefante está esquelético, enquanto os que desviaram dinheiro público – ostentam a opulência e o cinismo de quem se pretende impune. Sem “jeitinhos”, pelo amor de Deus!
Veja o vídeo:
http://www.youtube.com/watch?v=qb3EgG1vgCY