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segunda-feira, 29 de março de 2010

UNIREPRO. Do mensalão do DEM para Cubatão

É ensurdecedor o silêncio que políticos, a mídia chapa branca - a começar pelo Jornal A Tribuna - e os jornais locais que se prestam ao papel de assessoria de Imprensa da Prefeitura - estão fazendo sobre um caso chocante: a contratação pela prefeita MR da UNIREPRO - a empresa que está envolvida até o pescoço no mensalão do DEM - o escândalo que provocou a maior crise política de Brasília, com o governador cassado, ainda preso nas dependências da Polícia Federal.

No sábado, dia 27 de março, o Jornal Folha de S. Paulo traz matéria com o depoimento da empresária Nerci Soares, filmada entregando o dinheiro ao delator do mensalão, Durval Barbosa.
Soares, dona da empresa Nerci SS Informática, vem a ser nada menos que a representante da UNIREPRO, responsável pela área comercial em Brasília.

No depoimento, prestado em 27 de janeiro a PF a que a Folha teve acesso, a empresária confessa pagamento de R$ 150 mil, à título de propina a Barbosa, em encontro filmado por este e entregue à Justiça ("Empresária diz que pagou propina no DF").

Segundo a Folha, entre o pagamento da propina e a Operação Caixa de Pandora, a UNIREPRO recebeu R$ 2,6 milhões do Governo do DEM.

O interessante é que os vereadores de Cubatão - de A a Z - assistem a tudo isso, achando a coisa mais natural do mundo que uma empresa com esse histórico se instale na cidade, numa concorrência para lá de suspeita.

Quando é que alguém perguntará a prefeita MR o que a fez contratar uma empresa envolvida no maior escândalo da política brasileira, responsável pela prisão - pela primeira vez na história do Brasil - de um Governador?

DISPENSO

Aliás, tomei conhecimento outro dia, que a prefeita MR andou citando o meu nome em vão, nas comemorações de 30 anos do PT de Cubatão, na Associação Comercial. Primeiro, alguém precisa avisar a prefeita MR que o PT de Cubatão foi fundado no dia 10 de agosto de 1.979, por mim e um grupo de bravos companheiros, e não em fevereiro de 1.980, que é a data da fundação do PT nacional. A prefeita, por ter entrado no Partido no final dos anos 80, naturalmente, desconhece a história, até porque dela não participou.

Uma outra coisa: é a segunda vez que a prefeita me cita, em evento oficial. Na posse também, constrangida, me citou apressadamente para demonstrar que conhece a história do Partido. Não conhece, porque não a viveu. Depois, a prefeita MR é a principal beneficiária da tentativa de assassinato político de que fui vítima e alvo.

Quero pedir encarecidamente a prefeita MR: pare de citar meu nome, em vão. Nada tenho a ver com isso. O Partido que fundei junto com outros tantos companheiros, nada tem a ver com essa caricatura mal feita, que repete tudo o que combatemos a vida inteira. O seu Governo é apenas a repetição dos velhos esquemas, de todos os que passaram pela Prefeitura, desde a recuperação da autonomia em 1.985. Nada tem de novo, nada tem de transformador. É apenas mais uma farsa, que mais cedo ou mais tarde, será desmascarada.

A senhora nada tem a ver com a história de quem dedicou a vida a luta por mudanças de verdade. A senhora, simplesmente, como tantos, aproveitou-se da onda. É uma oportunista, em todos os sentidos. Tanto, que ao mesmo tempo em que cita meu nome em solenidades, para evitar negar o que ninguém ignora, me barra a entrada na Prefeitura, como fez quando compareci, como advogado das famílias do Bolsão Sete para lutar pelos direitos dessas pessoas.

Prefeita MR, construi minha história política com sangue, suor e lágrimas. Não, com marketing. Me respeite!

segunda-feira, 22 de março de 2010

Alô, CGU. Cubatão chamando!

A empresa – UNIREPRO Serviços Tecnológicos Ltda. - envolvida no mensalão do Distrito Federal, cujo governador José Roberto Arruda, do DEM, continua preso, não apenas foi contratada pela prefeita Márcia Rosa, em pleno escândalo. O Jornal A Tribuna publica na edição de 17 de março, retificação do extrato do contrato 021/2010, com a alteração – para mais, claro – do valor estimado do contrato.

Ao invés de R$ 1.576.647,20 (hum milhão, quinhentos e setenta e seis mil, seiscentos e quarenta e sete reais e vinte centavos) a Prefeitura pagará R$ 1.582.440,00 (hum milhão, quinhentos e oitenta e dois mil, quatrocentos e quarenta reais).

Esse é o valor a ser pago por serviços que poderiam ser feitos pela própria gráfica da Prefeitura, que, em outros tempos, funcionava – e muito bem – e que foi, paulatinamente sendo sucateada para justificar a contratação de serviços milionários à empresa que caiu na malha fina da Polícia Federal por envolvimento em negócios suspeitos do Governo do DF – o mais famoso e atual escândalo de corrupção no Brasil.

Atenção, CGU!

Aliás, é também de Brasília que vem a informação de que a Controladoria Geral da União encontrou irregularidades em licitações em 91,5% dos 120 municípios fiscalizados nos primeiros sorteios de 2009. A CGU é dirigida pelo ministro Jorge Hage, que foi meu professor na Escola de Magistratura de Brasília.

A principal irregularidade encontrada pelos técnicos foi a dispensa indevida de licitação. Mas também foram encontrados problemas de favorecimento a empresas além de conluio entre os participantes da licitação para determinar o vencedor.

Os relatórios de todas as prefeituras foram levados aos ministérios público federal estadual e ao Tribunal de contas da União para que as irregularidades possam ser punidas.

A CGU, a pedido da Câmara de Vereadores, poderia esclarecer fatos estranhos como, por exemplo, o de apenas uma única empresa aparecer com proposta como aconteceu na licitação do Cartão do Servidor – o CU CARD – entregue a PlanVale, e também neste em que a UNIREPRO foi dada como ganhadora.
É esperar prá ver!

quarta-feira, 10 de março de 2010

TEATRO: CENA DE PEÇA QUE NÃO ACABA

A transferência, pela prefeita MR, para uma OSCIP, sigla que significa Organização da Sociedade Civil de Interesse Público - a Ama Brasil -, da responsabilidade de reconstruir o Teatro Municipal é mais uma cena de uma peça que não acaba; uma peça velha, cheia de atos suspeitos, cujos responsáveis vem e vão sob à proteção de quem deveria zelar pelos dinheiros públicos.

O ato mais nebuloso da peça foi o sumiço de cerca de R$ 2 milhões, de um total de cerca de R$ 5,5 milhões, que seriam captados junto à Petrobras pela ONG Tupec, presidida por Edson Carlos, o Bombril, aliado e parceiro da prefeita na campanha e sobre quem pesam suspeitas de graves responsabilidades.

A primeira parte do dinheiro foi repassado pela Petrobrás, a segunda já estava a caminho, quando o Ministério Público começou a investigar as irregularidades em Inquérito que ainda hoje está sob a mesa do promotor Rodrigo Dacal. A principal irregularidade é a seguinte: o dinheiro veio, mas a obra ficou à espera de conclusão.

Foi feita uma maquiagem malfeita e o resultado está à vista: o abandono, (mais uma vez) de uma obra que, segundo se sabe, já consumiu mais de R$ 20 milhões desde 1.9989 – sem ter sido concluída. É a obra não acabada mais cara do Brasil, quem sabe do mundo.

O grave é que a prefeita MR faz vistas grossas ao andamento do Inquérito, o seu grupo político protege o suspeito do desvio por ter sido aliado na campanha. A presença do advogado Fábio Pierdomênico, reconhecidamente do grupo da ex-prefeita Telma de Souza, não deixa dúvidas. O elefante branco inconcluso está sendo mais uma vez passado para a frente, sem maiores explicações, muito provavelmente porque, as empresas do Parque Industrial não toparam a idéia da prefeita de repassar prá elas, a responsabilidade de concluir a obra.

A ONG, que agora herda a gestão do Teatro, mais uma vez se socorrerá de dinheiro público, captado por meio da Lei Roaunet. Seria interessante conhecer quem são os responsáveis pela OSCIP, qual o prazo previsto, e mais um detalhizinho que não pode passar desapercebido: OSCIP’s não tem fins lucrativos mas seus dirigentes podem ser regiamente renumerados.

Esse seria o trabalho da Câmara, porém, lá vereadores não fiscalizam, em regra, e um ou outro que se aventura, se torna voz solitária. E tudo fica por isso mesmo. A esperança, seria a reação de uma sociedade civil organizada, consciente, independente, porém, em Cubatão esse é um artigo, há muito tempo em falta.

Como se vê, mais uma vez, só prá não esquecer o principal mote da campanha mais rica do Brasil: o futuro continua na mão dos mesmos.

SILÊNCIO

Foi bastante sintomático e revelador o silêncio que se fez sobre o fato de a prefeita MR ter contratado uma empresa envolvida no mensalão de Brasília, no momento em que o governador José Roberto Arruda continua preso pela Polícia Federal.

Nada se falou, nada se ouviu. Silencio!!!!!!!!!

Entretanto, por mais de uma fonte chegou a informação a este Blog que o vice-prefeito Arlindo Fagundes, rompido com MR, distribuiu a matéria com denúncia por amigos, colaboradores e correligionários.