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sexta-feira, 30 de abril de 2010

Perseguição a APAE: a resposta da Justiça


Eis aqui, a resposta da Justiça à perseguição desencadeada pela prefeita MR à APAE, em que foram atingidas mais de uma centena de crianças e jovens excepcionais, cuja merenda e transporte foram cortados, depois da tentativa frustrada de intervenção na entidade.
A sentença do Juiz Leonardo de Mello Gonçalves na ação ajuizada pelo advogado da APAE, Carlos Ribeiro, é um alento para todos os que continuam acreditando na JUSTIÇA. (Para ler a sentença basta clicar em cima).
Curiosamente, o jornal A Tribuna, que faz o papel de Diário Oficial do Governo, reproduz na edição desta sexta-feira, a tentativa atabalhoada da prefeita e secretariado, que na manhã de quinta-feira, tentaram induzir a presidente Maria Isabel dos Santos, a um acordo em que aceitava "uma intervenção branca" na entidade, renunciando à presidencia e permitindo que pessoas designadas pela prefeita assumissem a entidade.
A resposta das mães indignadas com o desrespeito e o descaso com crianças e jovens excepcionais constrangidos nos pontos de ônibus na última segunda-feira pelo Secretário de Educação, Fábio Inácio, que se prestou ao vexaminoso papel de pressionar crianças cumprindo ordens da prefeita foi unânime: NÃO.
A sentença da Justiça terá de ser cumprida, sob pena de multa diária de R$ 10 mil. Essa, porém, pode ser só a primeira derrota de uma série - no plano jurídico e no plano político -, porque já há um movimento entre as mães no sentido de acionar a Prefeitura pedindo indenização pelos danos morais sofridos.
Viva quem tem coragem de lutar por direitos e não se curva a violência, nem ao autoritarismo!
Viva a Justiça!

Só para registrar: até às 21h17 desta sexta-feira (30/04), hora em que foi feita a postagem dessa matéria, não havia uma única linha no site do Jornal A Tribuna sobre a decisão judicial que botou por terra a pretensão da prefeita MR de intervir na APAE e a proibiu de continuar praticando desrespeito e violência contra crianças excepcionais.




quarta-feira, 28 de abril de 2010

À MARGEM DA LEI E LONGE DA JUSTIÇA

O CASO APAE/CUBATÃO
Como a Prefeita Márcia Rosa age


A campanha movida pela prefeita MR contra a APAE está sendo potencializada por dois ingredientes que tem marcado sua gestão nesses mais de 15 meses de mandato: despreparo e autoritarismo. O resultado salta aos olhos: as medidas adotadas até aqui estão, claramente, à margem da Lei e passam longe de qualquer princípio de Justiça.

Aos fatos:

1 – a prefeita alega ter encontrado irregularidades na prestação de contas da entidade entre 2004 e 2008. No período, ela era vereadora com mandato na Câmara, portanto, responsável pela fiscalização do bom uso dos recursos públicos. Não se ouviu jamais, em tempo algum, uma única palavra da vereadora a respeito.

2 – Mais: durante o primeiro ano de mandato, a prefeita repassou regularmente recursos à entidade. Para ser mais preciso: até 15 de março deste ano os recursos foram repassados naturalmente.

3 – A acusação da prefeita é escandalosamente frágil: ao se referir apenas ao período 2004/2008, ela desvia intencionalmente a atenção da sua própria responsabilidade nas “denúncias” que faz. Limitando as irregularidades ao período até 2008, dolosamente, transforma a suposta irregularidade em peça de acusação política contra a administração anterior, da qual herdou secretários, e em tudo e por tudo se parece, inclusive, em ruindade, incompetência, falta de liderança e descompromisso com a população.

4 – Contudo, supondo que, de fato, existam irregularidades na prestação de contas da APAE, fato que, até o momento, está longe de ser provado. O procedimento da prefeita, por evidente, deveria ser:

a – instaurar Sindicância para apurar as irregularidades detectadas na prestação de contas – garantindo o direito a ampla defesa e ao contraditório aos acusados – sem o que, qualquer processo – incluindo o administrativo – é nulo;

b – a Comissão de Sindicância apresentaria um Relatório em prazo determinado (30,60, 90dias) indicando a natureza das irregularidades, eventuais desvios e os seus respectivos responsáveis;

c – encaminhar o Relatório ao Ministério Público para as providências cabíveis com base na Lei, nas áreas cível e criminal, inclusive no que diz respeito ao ressarcimento eventual de valores aos cofres públicos, bem como punição dos responsáveis.

d – notificação dessas providências - Sindicância e respectivo Processo Administrativo - aos órgãos federais, com as quais a APAE tem convênio e recebe recursos, como o MEC e o CNAS.

e – por zelo com o dinheiro público tomaria providência idêntica, no sentido de apurar o bom uso dos recursos em convênios com entidades congêneres e iria um pouco mais adiante: determinaria uma Auditoria Interna para investigar a regularidade em contratos da gestão passada – Terracom (lixo), Pró-Saúde (Hospital Modelo), Piracicabana (transporte coletivo) e com a empresa Planeta Educação.

Todos são contratos milionários, este último com valores superiores a R$ 8 milhões e com parecer contrário do Tribunal de Contas do Estado e do Conselho Municipal de Educação, o que não impediu que – a exemplo dos demais – tenha sido regularmente renovado, o que isso sim, configura um verdadeiro escândalo.

5 – A partir, e só a partir da constatação de irregularidades, seria razoável que a prefeita MR adotasse a providência de não assinar qualquer convênio com a entidade, até que voltasse a ser considerada idônea, esgotadas as investigações no âmbito do Ministério Público, e com uma decisão final da Justiça.

6 – No papel de “justiceira”, a prefeita assumiu a postura de quem “primeiro atira e depois pergunta”; primeiro condena, depois apura, atropelando princípios constitucionais garantidos a qualquer cidadão e prejudicando mais de uma centena de crianças excepcionais e suas famílias.

No caso, fez pior: lançou ao vento, utilizando-se da sua fantástica máquina de propaganda – alimentada com recursos públicos – denúncias vagas de irregularidades na prestação de contas – sem garantir o direito constitucional que todos tem à ampla defesa e lançando dúvidas a respeito da reputação da entidade e de sua diretoria.

7 – Foi adiante, numa arrogância típica dos que se acham investidos de poderes ilimitados, especialmente contra os que consideram mais fracos: pediu a intervenção na APAE, pretensão repelida pela Justiça que, em sentença da juíza da 4ª Vara Cível, deixou claro não caber à Prefeitura fazer intervenção, mas fiscalizar eventuais irregularidades e tomar as providências que a lei recomenda.

8 – Derrotada na Justiça, não se conteve: passou a conspirar, por meio de prepostos, com o propósito de obter o que a Justiça lhe negou: a destituição da diretoria da entidade, a quem foi sugerida a renúncia coletiva.

9 – Com a pressa “justiceira” – que nunca, nem jamais será sinônimo de Justiça – a prefeita MR ignorou ritos, procedimentos e, contrariada com a decisão judicial, cortou o transporte das crianças na última segunda feira (26/04), mandando o seu secretário de Educação, prestar-se ao vexame de constranger crianças excepcionais, apanhadas nos pontos de ônibus, à revelia dos seus pais – igualmente constrangidos a assinar autorizações às pressas – em ato que o Juizado da Infância e da Adolescência, chegou a considerar acintosamente desrespeitoso às crianças, no limite mesmo do seqüestro.

10 – Diante da óbvia campanha de perseguição – com conotação política – a prefeita MR revelou, de uma vez só:
- despreparo para o cargo;
- falta de equilíbrio
- ofensa aos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade que deve pautar os atos de qualquer agente público;
- caráter autoritário e nada democrático.
- insensibilidade para as conseqüências dos seus atos para crianças excepcionais e suas famílias, abaladas pela truculência, das quais, em última instância, são as maiores vítimas.

Por tudo isso, os atos da Prefeita MR em relação a APAE devem ser denunciados, com a conseqüente solidariedade à entidade e a sua diretoria e um apelo à Prefeita para que passe a agir com bom senso, retome o caminho do diálogo para a solução da crise – que ela própria criou – com o respeito à Lei e aos princípios constitucionais que devem pautar os atos de qualquer autoridade pública.

QUEREMOS:

1 – Revogação imediata do Dec. de Intervenção na APAE (que a Justiça já disse que a Prefeitura não pode fazer);

2 – Retorno imediato do Transporte Público nos ônibus que foi interrompido para que as crianças possam voltar imediatamente às aulas na entidade em que estão matriculadas – a APAE de Cubatão;

3 – Apuração dos abusos cometidos durante a operação de remoção das crianças comandada pelo Secretário Fábio Inácio, sua exoneração da Secretaria, sem prejuízo das medidas cabíveis no âmbito do Juízo da Infância e da Adolescência;

4 – Instauração de Sindicância para apurar as irregularidades denunciadas na APAE com a divulgação dos seus resultados com a mesma ênfase dada na Nota Oficial custeada pela Prefeitura no Jornal A Tribuna;

5 – Retomada do diálogo, visando o retorno imediato da normalidade da APAE/Cubatão.
Cubatão, 28 de Abril de 2.010

DOJIVAL VIEIRA DOS SANTOS

terça-feira, 27 de abril de 2010

Protógenes Queiroz em Cubatão



O delegado licenciado da Polícia Federal, Protógenes Queiroz, responsável pela Operação Satiagraha, que prendeu o banqueiro Daniel Dantas, estará nesta quarta-feira (28/04), em Cubatão, fazendo palestra no Instituto Federal de Educação Ciências e Tecnologia do Estado de S. Paulo, à Rua Maria Cristina, 50 - Jardim Casqueiro.

Protógenes é pré-candidato a deputado federal pelo PC do B. A palestra está marcada para as 19h e tem entrada franca.

Protógenes será recepcionado pelo jornalista e advogado Dojival Vieira, ex-candidato a prefeito pela sigla nas eleições de 2008.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Prefeita persegue APAE. Ação é violência contra crianças excepcionais

Sem conseguir a intervenção que pretendia, negada pela Juíza da 4ª Vara Cível na semana passada, a prefeita MR deu sequência, nesta segunda-feira (26/04) a perseguição contra a APAE, instituição que é referência nacional, sinônimo de atendimento a crianças excepcionais. Criada há 9 anos, em Cubatão, a APAE atende a 157 crianças, com 51 funcionários, e vive a sua pior crise, provocada pela prefeita.

Em mais uma escalada na guerra sem tréguas, desencadeada contra a entidade - e que atinge diretamente mais de uma centena de excepcionais -MR mandou o seu secretário de Educação, Fábio Inácio, percorrer os pontos de ônibus para apanhar as crianças e, e ao invés de levá-las à APAE, as levou para a Casa da Esperança - a outra entidade que atende crianças excepcionais -dirigida pela vereadora (agora no PT), Maria Aparecida Pieruzzi de Souza.

PAIS ALARMADOS

O comportamento do secretário, transformado em monitor de ônibus e patrocinador de uma ação que o Juizado da Criança e da Adolescência chegou a alertar que poderia ser enquadrada como seqüestro, não tem paralelo na história política da cidade.

Três alunos desapareceram por algumas horas, o que chegou a deixar os pais alarmados. As crianças sofrem de autismo, síndrome de down e paralisia cerebral.

Trata-se de uma covardia e uma desumanidade contra crianças indefesas e suas famílias, muitas das quais, apavoradas não sabem o que fazer diante de tanta arbitrariedade e truculência.

A presidente da APAE, Maria Isabel dos Santos, chegou a procurar o Fórum para relatar o sumiço das crianças ao Promotor da Infância e da Adolescência. A ação do Secretário foi filmada e entregue à Promotoria.

PERSEGUIÇÃO

Segundo o procurador da entidade, Carlos Ribeiro, a ação da prefeita MR “tem conotação puramente de perseguição pessoal" e começou depois que a Prefeitura deixou de fazer o repasse da quantia de R$ 107 mil, devidos à entidade, no final do ano passado.

O empenho para a liberação do recurso chegou a ser feito, o pagamento prometido para o dias 06, 08 e 10 de janeiro, porém, o dinheiro não saiu e por uma razão simples, segundo o advogado: “desviaram para outras finalidades e não havia dinheiro em caixa. Se pagassem o cheque que já estava assinado, não haveria fundos“, confirma.

Sem repassar os R$ 107 mil devidos, a prefeita passou a falar que não o faria enquanto a direção da entidade não resolvesse pendências. “Ocorre que não há pendência alguma. A única pendência é que a prefeitura não repassou os recursos. Nada mais. Se tivesse havido o repasse, a entidade estaria com toda a situação normalizada como sempre esteve. Temos certidões negativas desde 2004 até 2009. Não há débito”, afirma Isabel.

Como parte da Ação de perseguição desendeada MR prometeu criar um Centro de Atendimento Multidisciplinar para atender as crianças. Para isso, contudo, não precisaria destruir uma entidade que funciona - e bem - há 9 anos, nem cometer ilegalidades como, por exemplo, reter o recurso da Merenda, que não é do Município, mas do Ministério da Educação (MEC), repassado por meio do FNDE.

DERROTA NA JUSTIÇA

Na semana passada, a prefeita foi derrotada na Justiça. A juíza da 3ª Vara da Comarca de Cubatão, Luciana Mourão Castello, considerou a ação improcedente e negou o pedido de liminar de intervenção na entidade. Segundo a juíza, no despacho, “a intervenção por parte da Prefeitura é inconstitucional, porque “em síntese, tem apenas poder de fiscalização”, não de intervenção.

Diante da gravidade da situação e da postura abertamente discriminatória a APAE e a sua diretoria, com prejuízos às crianças atendidas pela entidade, o advogado Carlos Ribeiro disse que entrará nesta quinta-feira, com uma Ação de Improbridade Administrativa contra a prefeita MR. “Garantir o transporte escolar para as crianças é uma obrigação do Estado. Trata-se de uma discriminação odiosa contra a entidade”, afirma.

Se condenada a prefeita poderá ter os seus direitos políticos suspensos, além de responder, inclusive com os bens pessoais pelos danos causados.

sábado, 24 de abril de 2010

Propaganda Eleitoral - Denúncia Teatro Municipal

A pedidos, passo a reprisar a partir de hoje, as propostas que apresentei na campanha eleitoral de 2008. Deixo claro que não se trata de propaganda eleitoral antecipada, porque os vídeos que estão disponíveis no Youtube, se referem ao Programa Eleitoral de 2008. Embora as propostas sejam atuais, fazem parte da história.

Propaganda Eleitoral - Cotas

quinta-feira, 22 de abril de 2010

O Governo Virtual Futuro da Prefeita MR

Na foto em papel couchê, o que será no Governo Virtual Futuro de MR, a Vila São José.

Na ausência completa de propostas, de programa de Governo, a prefeita MR lança na praça mais uma novidade nestes tempos em que a política virou obra de marketing e de marqueteiros, e em que a tarefa de governar dispensa idéias e projetos: basta fazer marketing. O Governo Virtual Futuro.

O Governo Virtual Futuro (pode usar a sigla GVF), algo que lembra o que seria um “Governo das Organizações Tabajara – seus problemas acabaram” funciona da seguinte forma: falta competência para usar os quase R$ 866.017.700,00 da receita bruta deste ano para fazer as coisas acontecerem? Não tem problema.

Faça um bom marketing de obras futuras, bote no papel, em slides, infográficos, folders em papel couchê o que serão as obras (no futuro, convém não esquecer!), convoque a população, dê ares de quem está inaugurando uma grande obra e, pronto: a obra está feita, mas do papel não saiu.


Não é incrível, a nova invenção do marketing político? O governar sem nada fazer? O inaugurar obras, que não se movem do papel?

O curioso é que, em Cubatão, as pessoas chegam a aplaudir a falácia, acreditando nas obras virtuais futuras. É de chorar!

VILA SÃO JOSÉ

Os dois exemplos mais recentes desse tipo de obra que é inaugurada no papel foi a entrega dos títulos de propriedade a algumas famílias da Vila S. José e o Projeto do Parque Anilinas, transformado em evento temático do 6º Ato da Gestão Transparente – a que ninguém vê.

No primeiro caso, no último dia 14/abril, eu estava lá. Fiz questão de ir, porque "Deus, o mundo e Raimundo" sabem que a luta dos moradores da Vila S. José, após o incêndio, em 1.984, que culminou na construção de 399 casas, foi liderada por mim entre os anos de 1.984 a 1.987.

Nesse período, além de dezenas de assembléias, manifestações, passeatas, tivemos que enfrentar a repressão policial pesada, tiros (de verdade!) e bombas de gás lacrimogêneo atiradas contra moradores indefesos, prisões de ativistas e eu próprio, à época vereador, constrangido em minha liberdade de lomoção. Tive que entrar com Habeas Corpus para poder circular, porque havia a ameaça de prisão.

Pois bem, a prefeita MR (que não estava lá, que de nada participou) foi entregar títulos a algumas famílias e aproveitou para lançar o Projeto da Praça da Cidadania, um folder em papel couchê com desenhos futuristas e o escambau.

Só marketing, puro marketing, porque projeto não há, com custos, prazos para a entrega, quem é que executará a obra, enfim. Moradores constrangidos com sorriso montado para fotos com a prefeita MR faziam pose. Só para a foto.

À saída, ouvi de mais de um, a confissão constrangida. “Não fosse a nossa luta, nada tinha acontecido. Devemos isso a você”, e outros coisas mais, que não vem ao caso, porque não tenho tendência ao cabotinismo, nem alimento culto à personalidade.


ANILINAS

Depois foi a vez do Anilinas, abandonado desde sempre, por gestões relapsas.
MR apresentou um Projeto virtual do que será o Anilinas no futuro, com praça de esportes e até cinema, além de espaços projetados para o lazer da população. A coincidência é que o projeto tem prazo para ser entregue neste caso: 2012 – precisamente - um ano antes de a prefeita voltar às ruas, prometendo novos projetos virtuais para tentar se reeleger.

O projeto, do qual só se conhece um infográfico, está orçado em 20 milhões e MR anunciou que também terá recursos estaduais e federais. Não disse como, quando, mas isso não importa.

Que a prefeita faça malabarismo virtual, cercada de assessores – pagos e muito bem pagos para aplaudi-la à um espirro -, nada demais. Está no seu papel e iludiu-se quem dela e do seu neopartido, transmutado e transformado em partido da defesa dos grandes interesses e lobbies, mais esperava.

O que é de chorar é que ainda exista gente em Cubatão – além dos apadrinhados, regiamente pagos ou a espera de favores, ou das migalhas que caem da mesa do poder, regido desde fora -, que acredite nisso.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Acordo. A corda. Acorda Povo!

Em audiência de conciliação realizada na tarde desta quinta-feira (15/04), convocada pelo juiz da 1ª Vara Cível de Cubatão, a CDHU e os advogados das 58 famílias do Bolsão Sete, despejadas pela Companhia - em conjunto com a Prefeitura - não chegaram a um acordo e o juiz Frederico dos Santos Messias deverá julgar o processo.

Os advogados pediram a inclusão de todas as famílias no Programa Habitacional, indenização de R$ 50 mil (R$ 80 mil para os 18 pontos de comércio), sob o argumento de que foram autorizadas a ocupar a área há cerca de 20 anos por todas as administrações que passaram pela Prefeitura e, portanto, não são invasoras; além dos R$ 4.800,00 que a empresa pagou num acordo negociado durante o mês de janeiro, sem a participação dos advogados e à margem do processo, num comportamento que contraria o princípio da boa fé objetiva na relação processual.

Aliás, sobre a ação da empresa, cabe registro: depois de os advogados das famílias - inclusive este que vos fala - tentarem durante quatro meses (de agosto a dezembro) um acordo justo, passando por reuniões com Prefeitura - inclusive com a prefeita MR, secretários de Governo e diretor da Agência Metropolitana da Baixada, AGEM - a CDHU aproveitou as férias forenses para convocar às pressas uma reunião, animada com bolinhos e quitutes no Centro Comunitário do Bolsão Sete, para ameaçar as famílias com o um acordo absolutamente lesivo aos seus interesses, sob o seguinte argumento: ou saem ou o trator passa por cima, foi a mensagem. O fato foi prontamente denunciado e está nos autos, aguardando decisão do juiz.

Diante do juiz, o advogado da CDHU não soube responder a razão do comportamento e tentou sair-se com evasivas. A promotora do Meio Ambiente Liliane Garcia, perguntada sobre a existência do Relatório de Impacto Ambiental (EIA-Rima), disse ser desnecessário por se tratar de uma área pequena e de ser projeto do Poder Público. A área, contudo, não é pequena, e não consta que o Poder Público tenha sido autorizado a depredar mangues, que é o que é a área originalmente.

Quanto a pergunta feita sobre a apresentação do Relatório do Impacto de Vizinhança previsto na Lei 10.257/01, a promotora cobrou publicamente dos representantes da Prefeitura a regulamentação da legislação (?), no que não teve resposta dos representantes da prefeita MR - os secretários José Limongi e Wagner Moura.

A única atitude positiva da empresa durante a audiência foi ceder a reinvidicação de seis famílias não incluídas originalmente, e que passarão a partir de maio a receber o total de R$ 4.800,00 como ajuda de custo, até a conclusão das obras do conjunto habitacional.

Diante da intransigência, os advogados apresentaram, na própria Audiência, a Contestação em que, além de pedirem sejam garantidos os direitos dessas famílias, que não são invasoras, denunciam as práticas de uma empresa que, por ser estatal e, portanto, pública, deveria dar exemplo de respeito aos cidadãos, o que não vem ocorrendo na implementação do famigerado Programa de Recuperação Sócio Ambiental da Serra do Mar, do Governo do Estado, e que pretende remover 32 mil famílias - 1/4 da população da cidade, de forma forçada e sem o reconhecimento de direitos.