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quinta-feira, 22 de abril de 2010

O Governo Virtual Futuro da Prefeita MR

Na foto em papel couchê, o que será no Governo Virtual Futuro de MR, a Vila São José.

Na ausência completa de propostas, de programa de Governo, a prefeita MR lança na praça mais uma novidade nestes tempos em que a política virou obra de marketing e de marqueteiros, e em que a tarefa de governar dispensa idéias e projetos: basta fazer marketing. O Governo Virtual Futuro.

O Governo Virtual Futuro (pode usar a sigla GVF), algo que lembra o que seria um “Governo das Organizações Tabajara – seus problemas acabaram” funciona da seguinte forma: falta competência para usar os quase R$ 866.017.700,00 da receita bruta deste ano para fazer as coisas acontecerem? Não tem problema.

Faça um bom marketing de obras futuras, bote no papel, em slides, infográficos, folders em papel couchê o que serão as obras (no futuro, convém não esquecer!), convoque a população, dê ares de quem está inaugurando uma grande obra e, pronto: a obra está feita, mas do papel não saiu.


Não é incrível, a nova invenção do marketing político? O governar sem nada fazer? O inaugurar obras, que não se movem do papel?

O curioso é que, em Cubatão, as pessoas chegam a aplaudir a falácia, acreditando nas obras virtuais futuras. É de chorar!

VILA SÃO JOSÉ

Os dois exemplos mais recentes desse tipo de obra que é inaugurada no papel foi a entrega dos títulos de propriedade a algumas famílias da Vila S. José e o Projeto do Parque Anilinas, transformado em evento temático do 6º Ato da Gestão Transparente – a que ninguém vê.

No primeiro caso, no último dia 14/abril, eu estava lá. Fiz questão de ir, porque "Deus, o mundo e Raimundo" sabem que a luta dos moradores da Vila S. José, após o incêndio, em 1.984, que culminou na construção de 399 casas, foi liderada por mim entre os anos de 1.984 a 1.987.

Nesse período, além de dezenas de assembléias, manifestações, passeatas, tivemos que enfrentar a repressão policial pesada, tiros (de verdade!) e bombas de gás lacrimogêneo atiradas contra moradores indefesos, prisões de ativistas e eu próprio, à época vereador, constrangido em minha liberdade de lomoção. Tive que entrar com Habeas Corpus para poder circular, porque havia a ameaça de prisão.

Pois bem, a prefeita MR (que não estava lá, que de nada participou) foi entregar títulos a algumas famílias e aproveitou para lançar o Projeto da Praça da Cidadania, um folder em papel couchê com desenhos futuristas e o escambau.

Só marketing, puro marketing, porque projeto não há, com custos, prazos para a entrega, quem é que executará a obra, enfim. Moradores constrangidos com sorriso montado para fotos com a prefeita MR faziam pose. Só para a foto.

À saída, ouvi de mais de um, a confissão constrangida. “Não fosse a nossa luta, nada tinha acontecido. Devemos isso a você”, e outros coisas mais, que não vem ao caso, porque não tenho tendência ao cabotinismo, nem alimento culto à personalidade.


ANILINAS

Depois foi a vez do Anilinas, abandonado desde sempre, por gestões relapsas.
MR apresentou um Projeto virtual do que será o Anilinas no futuro, com praça de esportes e até cinema, além de espaços projetados para o lazer da população. A coincidência é que o projeto tem prazo para ser entregue neste caso: 2012 – precisamente - um ano antes de a prefeita voltar às ruas, prometendo novos projetos virtuais para tentar se reeleger.

O projeto, do qual só se conhece um infográfico, está orçado em 20 milhões e MR anunciou que também terá recursos estaduais e federais. Não disse como, quando, mas isso não importa.

Que a prefeita faça malabarismo virtual, cercada de assessores – pagos e muito bem pagos para aplaudi-la à um espirro -, nada demais. Está no seu papel e iludiu-se quem dela e do seu neopartido, transmutado e transformado em partido da defesa dos grandes interesses e lobbies, mais esperava.

O que é de chorar é que ainda exista gente em Cubatão – além dos apadrinhados, regiamente pagos ou a espera de favores, ou das migalhas que caem da mesa do poder, regido desde fora -, que acredite nisso.

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