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quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Mais vazamento. Resistência começou!

Estava numa reunião no anfiteatro da Câmara (a Conferência Municipal do Partido), ninguém suportava o mau cheiro. Alguns companheiros tiveram de sair, assustados com o desconforto.Perguntamos, primeiro aos funcionários da vigilância: "dizem que é um vazamento", foi a resposta. "Mas, de quê e de onde?"; "Parece que é da Refinaria", completaram.

Terminamos a reunião e saímos para a rua. Insuportável. Por volta das 22h30, junto com o Cristiano, passei pela 9 de Abril até as proximidades da Vila Elizabeth. Trânsito interditado e funcionários da Defesa Civil. "O que está acontecendo?", pergunta minha."É um vazamento, parece que houve um acidente na Refinaria". "Vazamento de quê?". O rapaz não sabia.

Ao lado, vi o presidente da Câmara, Alemão, que parecia ter sido acordado pelo mau cheiro que provocou desconforto na cidade inteira e ainda fez com que muita gente tivesse que correr ao Pronto Socorro. Ele também, como ninguém até aquela altura, parecia saber o que estava acontecendo.

Esse é o retrato de uma cidade, sem mando, sem comando, cujos donos moram fora e, toda vez que acontecem coisas desse tipo - não foi o primeiro, e infelizmente não será o último não são encontráveis. A população sofre os efeitos. Foi assim, na Vila Socó, foi assim no vazamento de amônia na Vila Parisi, é assim em todos os pequenos vazamentos. Enquanto isso, o placar da Cetesb, informava: Qualidade do ar: BOA.

A pergunta é: até quando as pessoas que ainda resistem, vão continuar apenas reclamando, apenas postando na Internet. A população parece ter sido acometida de uma anestesia, em que ninguém reage.

É preciso reagir, é preciso ir às ruas, de forma organizada, é preciso resistir como está fazendo o grupo no Casqueiro que instalou um acampamento para impedir a continuidade da obra do malsinado Programa de Recuperação Ambiental da Serra do Mar, que pretende a remoção forçada de 30 mil pessoas e provocará a deterioração significativa da qualidade de vida do Casqueiro e dos bairros do entorno.Só palavras não bastam. Ação!!!!

ACAMPAMENTO

O acampamento armado por moradores do Casqueiro, principalmente, em frente ao canteiro de obras, para chamar a atenção da cidade em relação ao significado do Programa de Recuperação Ambiental da Serra do Mar, que provoca a remoção forçada de 30 mil pessoas (um quarto da população) transformada em devedora do CDHU por 25 anos, é um gesto de resistência legítimo, que precisa ser divulgado e ampliado.

É preciso que se torne um movimento de toda a cidade. É preciso que os moradores das cotas, usados, por enquanto, como cobaias desse empreendimento imobiliário, se levantem e engrossem o movimento. É preciso que os moradores da Vila Nova, 31 de Março, de todos os bairros, despertem.

Tenho alertado aqui, desde o ano passado, que o Governo do Estado, com a conivência da Prefeitura, com quem tem parceria, inclusive no Governo Márcia Rosa, está praticando um crime contra a população de Cubatão. Mais um.

Sob o pretexto de preservar a Serra do Mar, ocupada há mais de 50 anos, desde o início da construção da Anchieta, está aterrando mangues, sem que haja reação alguma das autoridades municipais, ignorando e atropelando os direitos mais elementares da cidadania.

Estive ontem (23/09) no acampamento para prestar minha solidariedade e me colocar à disposição. Conversei durante alguns minutos com o Sr. Bráulio e com a Izildinha. Disse a eles, o que penso.

OMISSÃO

Não se pode conceber que a prefeita MR, que liderou o movimento de resistência ao páteo de containeres quando era oposição, se mantenha silenciosa nesse caso, como se manteve até agora.
É preciso liderar a população numa Marcha até o Palácio dos Bandeirantes para falar com o governador. É simples fazer isso. Tem gente disposta a lutar. Faltam líderes dispostos a comandar, mas o importante é que gente disposta tem.

Que história é essa de que o governador não recebe a prefeita? Quando foi pedida audiência?
Óbvio, que uma prefeita de uma cidade como Cubatão, ou de qualquer cidade, tem autoridade, direito e legitimidade para falar com o governador do Estado, a qualquer hora. A conversinha fiada de que o governador não recebe por questões partidárias, é falsa.

O que acontece é que a prefeita também, neste caso, revela despreparo para o cargo para o qual foi eleita. Não tem comando, não tem liderança, não tem autoridade, não tem pulso e não tem projeto, nem proposta para a cidade. Nem neste, nem em qualquer outro.
Se tivesse, ao menos comando e liderança, saberia o que fazer numa hora em que pessoas do povo armam acampamento para denunciar um crime que está prestes a ser cometido contra a população, não apenas dos bairros Cota, Água Fria e Pilões, mas contra toda a cidade, a começar pelo Casqueiro, Parque S. Luiz, Ponte e Nova e entorno, que terão a sua qualidade de vida - já precária - reduzida à zero.

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