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sábado, 26 de setembro de 2009

Uma cidade sem prefeito. Rir ou chorar?

Foto - Fonte: Informa Cubatão
Com a ausência por quase das 10 dias da prefeita Marcia Rosa, em viagens à Alemanha e Dinamarca, Cubatão está sem prefeito. A prefeita não repassou o cargo ao vice, Arlindo Fagundes, do PSB, eleito precisamente prá isso, ou seja: substituí-la em caso de ausência. Sobre a viagem da prefeita, não se tem conhecimento do que de tão importante foi fazer na Alemanha e na Dinamarca, ausentando-se por 10 dias da cidade. Que projetos, teriam justificado uma viagem ao exterior, em menos de 10 meses de Administração, não se sabe.

Na última quarta-feira, 23 de setembro, quando centenas de moradores sofreram mais uma vez as conseqüências da irresponsabilidade criminosa da Refinaria Presidente Bernardes, não havia prefeito na cidade.

A titular, eleita com 57,6% dos votos, está no exterior, e o vice, Fagundes, não é prefeito, porque o cargo não lhe foi repassado. Supondo que se algo de muito mais grave justificasse a presença da prefeita e ela teria que sair às pressas da Alemanha até Cubatão para atender a emergência.
Assim, se encontra, ou melhor continua Cubatão.
VICES NUNCA ASSUMIRAM

Aliás, ao não repassar o cargo para o vice, a prefeita também nisso não inova. Nenhum vice prefeito, desde a recuperação da Autonomia - do engenheiro Marquinhos, com Passarelli, até Raimundo Pinheiro, com Clermont, passando por Armando Campinas, com Nei Serra - jamais assumiu o cargo por um único dia.

O papel de vice não conta, após computados os votos, por todos os que tem ocupado a Prefeitura em Cubatão, desde 1.985. Sim, porque no período anterior de 1.968 a 1.985, sob intervenção de governos militares, a cidade teve os interventores nomeados que, por óbvio, dispensam vices.

Detalhe: o vice, além das honrarias e privilégios do cargo, tem direito à subsídios, equivalentes a metade do salário da prefeita, cerca de R$ 7 mil. Só não pode apitar, nem assumir.

Também nisso esperava-se mudanças no Governo do neo-petismo em Cubatão. Afinal, o vice Arlindo Fagundes teve papel destacado na transição e pertence a um Partido que faz parte da base do apoio do PT e do governo Lula no plano federal. Mudança nenhuma também nisso.

Constitucionalmente, a prefeita não seria obrigado a repassar o cargo ao vice, quando o afastamento não ultrapasse os 15 dias. Entretanto, porque razão o vice não pode assumir com uma ausência de 10 dias - e numa viagem ao exterior, cujas razões de fundo são desconhecidas?
E se acontecesse na quarta-feira, uma tragédia semelhante ao que aconteceu na Vila Socó, que teve como protagonista principal e responsável a mesma Refinaria Presidente Bernardes?
A prefeita MR retorna da Alemanha nesta segunda-feira, e reassume o cargo, provavelmente na terça-feira, dia 28/setembro.
Sem prefeita na cidade, o secretário chefe de gabinete da Prefeitura, Gerson Rozo, acompanhado do Secretário de Meio Ambiente, Vanderlei de Oliveira, e do superintendente da CMT, Silvano Lacerda, fizeram uma visita a Refinaria, com o vice-prefeito Fagundes, (na condição de vice e não de prefeito, registre-se) para tentar apagar a imagem de total ausência da administração pública em mais um caso que e a cidade esteve acéfala de autoridades e o povo exposto a toda sorte de riscos.

A explicação do superintendente da CMT é reveladora da desorientação, fala por si. Disse Lacerda que “o acompanhamento é constante, uma vez que a atual administração entende que quem sofre com as conseqüências desses acidentes é a população, e o Poder Público Municipal tem por obrigação cobrar as ações reparativas pelas empresas e punitivas por parte dos órgãos destinados a esse fim”.

Agora, me digam: é prá rir ou chorar?

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