O escândalo da farra das passagens, que abala a imagem já combalida dos políticos nas duas casas do Congresso, em Brasília, tem pontos em comum com o caso do Teatro de Cubatão – o elefante branco, que jaz na Avenida 9 de Abril, fechado, às escuras e atacado por ladrões que tentam levar o que sobrou da maquiagem feita com os R$ 2 milhões doados pela Petrobrás, com recursos públicos, via Lei Rouanet. Ambos vem sendo tratados pelos respectivos protagonistas como se assuntos privados fossem.
No caso das passagens, os deputados se insurgem contra qualquer tentativa de moralização. Defendem com unhas e dentes o privilégio de levar mulher, namorada, amante, amigos, parentes e familiares, em geral, para divertidos convescotes e outros programas no exterior. Outros, na maior cara dura como um certo Silvio Costa, do PMN, de Pernambuco, uma espécie de novo porta-voz do “baixo clero”, reagem indignados. “Como? A mesa diretora tem que anunciar amanhã que não vai estar proibido a utilização das passagens para esposas, filhos e assessores...” . Costa confunde direito com privilégio e o público com o privado.
Não é diferente do que faz Edson Carlos Bril, o Bombril, presidente do Tupec, que após o segundo roubo do que restou da maquiagem, dias atrás bateu às portas da prefeita Márcia Rosa, com o elefante debaixo do braço e o pedido para que, “pelo amor de Deus”, o aceite de volta.
Reuniu-se com a prefeita e mais três secretários – entre as quais a da Cultura, Marilda Canelas.
Bombril que, por ironia, é também do PMN do deputado Costa, e chegou a se anunciar pré-candidato à prefeito nas últimas eleições, para depois declarar apoio a atual prefeita, se disse com "sérias dificuldades" para prosseguir o convênio de cessão do imóvel, especialmente, após os roubos e atos de vandalismo registrados.
Sobre o que fez dos R$ 2 milhões doados pela Petrobrás para a maquiagem, não disse uma palavra. Sobre como, com tanto dinheiro, permitiu até mesmo o corte da energia elétrica pela CPFL, total silêncio. Nem disso lhe perguntaram os participantes da reunião – incluída a prefeita - como se houvesse, entre eles, uma combinação prévia, um acordo, um estranho pacto, para não tocarem em assuntos incômodos, numa espécie de cumplicidade "companheira". Ao final, a prefeita se comprometeu a colocar vigilantes para evitar novos roubos.
O silêncio e a aparente cumplicidade da reunião se auto-explicam. Parece haver entre prefeita e assessores o entendimento equivocado de que os recursos doados pela Petrobrás são recursos privados. Falso. Recursos usados com base na Lei Rouanet de Incentivo a Cultura são provenientes de isenções fiscais, portanto, são públicos, não privados.
Toda a confusão reside aí. Bombril não dá uma palavra sobre o que foi feito dos R$ 2 milhões doados pela Petrobrás. O volume do prejuízo teria sido maior, porque inicialmente o previsto eram R$ 4 milhões e a estatal, diante de denúncias e da falta de prestação de contas, e temor de o caso acabasse indo parar no Tribunal de Contas da União, antecipou-se para estancar a sangria. Sem que ninguém até o momento o tenha acusado formalmente de desvio e malversação de dinheiro público, veste a carapuça de vítima, injustiçada, logo ele, benemérito que é da cultura local, com direito à condecoração pela Câmara e tudo o mais na legislatura passada.
Sem entender que deve explicações, corre à Prefeitura onde, ao que parece, passam-lhe a mão na cabeça. Prefeita e assessores parecem não ter a noção de que o caso do Teatro, incluindo o escândalo do desperdício de mais de R$ 30 milhões em várias décadas e mais o não menos escandaloso desaparecimento de R$ 2 milhões que teriam sido aplicados nas obras de maquiagem com a administração da Terracom, exige uma explicação pública e não apenas mão na cabeça dos responsáveis e o aceno de que fiquem tranqüilos “que vamos resolver isso da melhor maneira”. Mais do que explicações, o caso requer decisões, atitudes.
É hora colocar cada um no seu quadrado. Edson Bombril tem explicações à dar, tem contas a prestar porque R$ 2 milhões não são dois tostões. A prefeita Márcia Rosa tem explicações a dar porque é responsável pela gestão da coisa pública. O que fará com o elefante branco? Instaurará uma Auditoria Pública para apurar desvios e responsabilidades e encaminhar os responsáveis à Justiça, inclusive, para que sejam processados criminalmente e façam a devolução de recursos públicos dos quais tenham eventualmente se apropriado?
Só depois de feito isso, tem sentido discutir-se a destinação do elefante branco. Tratar de um escândalo como esse como assunto privado só resultará em mais prejuízos ao erário e à população.
No caso das passagens, os deputados se insurgem contra qualquer tentativa de moralização. Defendem com unhas e dentes o privilégio de levar mulher, namorada, amante, amigos, parentes e familiares, em geral, para divertidos convescotes e outros programas no exterior. Outros, na maior cara dura como um certo Silvio Costa, do PMN, de Pernambuco, uma espécie de novo porta-voz do “baixo clero”, reagem indignados. “Como? A mesa diretora tem que anunciar amanhã que não vai estar proibido a utilização das passagens para esposas, filhos e assessores...” . Costa confunde direito com privilégio e o público com o privado.
Não é diferente do que faz Edson Carlos Bril, o Bombril, presidente do Tupec, que após o segundo roubo do que restou da maquiagem, dias atrás bateu às portas da prefeita Márcia Rosa, com o elefante debaixo do braço e o pedido para que, “pelo amor de Deus”, o aceite de volta.
Reuniu-se com a prefeita e mais três secretários – entre as quais a da Cultura, Marilda Canelas.
Bombril que, por ironia, é também do PMN do deputado Costa, e chegou a se anunciar pré-candidato à prefeito nas últimas eleições, para depois declarar apoio a atual prefeita, se disse com "sérias dificuldades" para prosseguir o convênio de cessão do imóvel, especialmente, após os roubos e atos de vandalismo registrados.
Sobre o que fez dos R$ 2 milhões doados pela Petrobrás para a maquiagem, não disse uma palavra. Sobre como, com tanto dinheiro, permitiu até mesmo o corte da energia elétrica pela CPFL, total silêncio. Nem disso lhe perguntaram os participantes da reunião – incluída a prefeita - como se houvesse, entre eles, uma combinação prévia, um acordo, um estranho pacto, para não tocarem em assuntos incômodos, numa espécie de cumplicidade "companheira". Ao final, a prefeita se comprometeu a colocar vigilantes para evitar novos roubos.
O silêncio e a aparente cumplicidade da reunião se auto-explicam. Parece haver entre prefeita e assessores o entendimento equivocado de que os recursos doados pela Petrobrás são recursos privados. Falso. Recursos usados com base na Lei Rouanet de Incentivo a Cultura são provenientes de isenções fiscais, portanto, são públicos, não privados.
Toda a confusão reside aí. Bombril não dá uma palavra sobre o que foi feito dos R$ 2 milhões doados pela Petrobrás. O volume do prejuízo teria sido maior, porque inicialmente o previsto eram R$ 4 milhões e a estatal, diante de denúncias e da falta de prestação de contas, e temor de o caso acabasse indo parar no Tribunal de Contas da União, antecipou-se para estancar a sangria. Sem que ninguém até o momento o tenha acusado formalmente de desvio e malversação de dinheiro público, veste a carapuça de vítima, injustiçada, logo ele, benemérito que é da cultura local, com direito à condecoração pela Câmara e tudo o mais na legislatura passada.
Sem entender que deve explicações, corre à Prefeitura onde, ao que parece, passam-lhe a mão na cabeça. Prefeita e assessores parecem não ter a noção de que o caso do Teatro, incluindo o escândalo do desperdício de mais de R$ 30 milhões em várias décadas e mais o não menos escandaloso desaparecimento de R$ 2 milhões que teriam sido aplicados nas obras de maquiagem com a administração da Terracom, exige uma explicação pública e não apenas mão na cabeça dos responsáveis e o aceno de que fiquem tranqüilos “que vamos resolver isso da melhor maneira”. Mais do que explicações, o caso requer decisões, atitudes.
É hora colocar cada um no seu quadrado. Edson Bombril tem explicações à dar, tem contas a prestar porque R$ 2 milhões não são dois tostões. A prefeita Márcia Rosa tem explicações a dar porque é responsável pela gestão da coisa pública. O que fará com o elefante branco? Instaurará uma Auditoria Pública para apurar desvios e responsabilidades e encaminhar os responsáveis à Justiça, inclusive, para que sejam processados criminalmente e façam a devolução de recursos públicos dos quais tenham eventualmente se apropriado?
Só depois de feito isso, tem sentido discutir-se a destinação do elefante branco. Tratar de um escândalo como esse como assunto privado só resultará em mais prejuízos ao erário e à população.
3 comentários:
Dojival, acertivo, exato, coloca o dedo no puz da ferida cubatense.
A TUPEC, enrolando os líders comunitários lá da Vila Esperança, abiscoitou verbas do Projeto Remar da Petrobrás. Colocaram um projeto. Digno da mais profunda alucinação: ensinar rádio para adolescentes em um espaço de 4 metros quadrados, numa rádio pirata.
A grana foi boa. Mas nunca aconteceu nada alí.
A TUPEC, nome que parece coisa de civilização andina, pelo visto e observado, virou quadrilha. ONG canhestra.
O Bombril esteve lá pelas paradas da Rádio "Comunitária" da Vila Esperança. Tratei correndo de não misturar o projeto sem custos para a comunidade ou para a Prefeitura, pago pelo departamento de meio ambiente da refinaria diretametne à Universiodade Católica, não como projeto mas compensação e prestação de servioços, sem coisas de REMAR.
Com facilidade poderiam confundir professores de universidades (eram vários)com uma canhestra iniciativa, bizarra abordagem da carteira da GASOLINA, cahmada PEOJETO RÁDIO ESCOLA.
Dojival, tem lugar em Cubatão onde corre solta e despudoradamente a mão grande. E com conivência de gente que tem por ofício aproximar-se das comunidades.
Triste destino daqueles que deixaram a exploração de décadas no nordeste para verem seus descendentes em Cubatão servirem de "laranjas" nas mãos de ONGs de gente duvidosa.
Parabéns Dojival por ser mais uma das poucas vozes que tentam passar a verdade para quem se interessa pela verdade. Não devemos nos calar e ver o trem passar novamente. Nós da Liga Cubatense de Artes Marciais estamos nos manifestando sozinhos por uma coisa que teve a participação de outras dezenas de entidades, que apesar de não estarem satisfeitas por terem sido usadas de modo eleitoreiro governo Marcia Rosa, tem medo de se manifestar. Vamos manter nossa posição até o final. Mais uma vez parabéns por continuar com os mesmos objetivos dos tempos áureos e continue sendo esse jornalista de pulso firme.
Quando tiver um tempo, vá visitar meus pais no 31 de março, eles vão gostar de revê-lo.
Carlos Alberto (LCAM)
Do,
Que loucura tudo isso.
É um alerta para que a população repense todo o processo político pelo qual acabaram de passar.
Linkei teu blog, não sabia que continuava atualizando.
Um beijo.
Ju
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