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terça-feira, 9 de junho de 2009
Teatro: Notas frias, superfaturamento e sumiços. Cadê a CPI?
O proteste já do CQC, levado ao ar na TV Bandeirantes, nesta segunda-feira (08/06) escancarou. Há ladroagem, e da grossa, nessa história do sumiço de R$ 1,8 milhão investido pela Petrobrás na montagem de uma maquiagem no Teatro Municipal.
No melhor estilo do jornalismo investigativo, Rafinha Bastos, mostrou notas fiscais frias, superfaturamento,o sumiço do presidente da Tupec – Edson Carlos da Silva, o Bombril.
Por alguns minutos, o Brasil pode ver, ao vivo e a cores, uma lição de jornalismo, com J maiúsculo, que deve ter feito corar de vergonha, o jornalismo “chapa branca”, cúmplice de crimes e de criminosos que tem se praticado em Cubatão, já há algum tempo.
O que tem acontecido em Cubatão só tem sido possível por conta dessa cumplicidade azeitada por favores, quando não por contratos milionários bancados com dinheiro público.
O mesmo Bombril, que recentemente foi recebido pela prefeita e secretários – incluida a da Cultura, Marilda Canelas – para tentar se livrar da encrenca, começou a apagar rastros que podem comprometê-lo. “Esperamos que em breve possamos contar com o Teatro aberto em parceria com a Prefeitura e funcionando sob a administração da TUPEC ou de outro que tenha coragem de dar a cara a tapa”, dizia ele em mensagem recente a secretária Marilda Canelas, ao justificar a minuta de um projeto de lei, cuja autoria jamais explicou nem esclareceu e que previa mais responsabilidades para a prefeitura na gestão do elefante branco.
QUEBRA DO SIGILO BANCÁRIO
Não resta mais dúvidas de que Bombril não age e nem está só, inclusive porque R$ 1,8 milhão é muito dinheiro. A quebra do sigilo bancário conforme cogitado pelo Ministério Público poderá trazer revelações bombásticas, a respeito do caminho – ou do descaminho – feito por essa montanha de dinheiro, desde o momento que foi liberado pela Petrobrás.
Outra coisa: apenas a primeira parte foi liberada porque o total já aprovado era superior a R$ 4 milhões, o que demonstra que foi montado um golpe para arrancar dinheiro da estatal, em troca da montagem de uma maquiagem em plena 9 de Abril. Não fosse a intervenção do Ministério Público, teriam sido R$ 4 milhões. A impunidade encoraja golpes – os grandes e os pequenos - não só em Cubatão. Aqui, a cidade – há algum tempo – tornou-se uma espécie de paraíso para grandes e pequenos golpes.
ONDE ESTÁ A CÂMARA?
A pergunta necessária e que não quer calar: onde está a Câmara, que tem o dever de fiscalizar? A Câmara, que custará este ano, à cidade – vale dizer a nós, o povo - R$ 34 milhões? Por que razão não se instaura imediatamente uma CPI para investigar o caso?
E preciso investigar, por exemplo, o que fazia a Terracom na maquiagem. É preciso investigar, quem foram os beneficiários do dinheiro liberado, uma vez que está evidente a montagem de notas fiscais frias. É preciso investigar as influências políticas que tornaram possível uma ONG obscura, liderada por gente desconhecida, conseguir R$ 4 milhões da maior empresa do Brasil, a Petrobrás.
É preciso investigar, o porque Bombril – que agora caiu em desgraça – até o ano passado era elogiado como empreendedor cultural, condecorado com medalha na Câmara Municipal, com os aplausos da bancada do PT, inclusive da prefeita Márcia Rosa, a mesma que, como prefeita, recentemente, o recebeu para tratar do caso. É preciso que se explique a “cumplicidade companheira”, que fez com que até há pouco, o sumiço do dinheiro da Petrobrás e o caso do Teatro fosse tratado na prefeitura como assunto privado.
TRÁFICO DE INFLUÊNCIA
O Bombril, que se escondeu do CQC, tem muito a dizer ao Ministério Público e, talvez, seja o caso de esperar que fale tudo – para não se encrencar ainda mais. Depois que disso, talvez tenhamos que concluir que foi apenas a ponta do iceberg, um laranja, de um esquema bem maior e de interesses muito mais graúdos.
É preciso chegar aos graúdos – políticos ou não - que fizeram tráfico de prestígio e influência para a liberação de tanto dinheiro para uma ONG desconhecida e de atuação obscura.
AUDITORIA
É preciso saber porque a prefeita Márcia Rosa, não faz a única coisa que mostraria sua total isenção no caso e compromisso com a verdade: a instauração de uma Auditoria Pública e independente para apurar os desvios e responsabilidades, aproveitando para levar a investigação até o início dessa obra faraônica – e aí já não falamos mais de R$ 1,8,R$ 2,R$ 4, mas de R$ 30 milhões – que é quanto estimadamente foram para o ralo nesse escândalo à céu aberto.
Pode-se argumentar: mas já existe uma investigação no MP. Sim, mas que investiga apenas o sumiço do dinheiro da Petrobrás. A roubalheira é mais funda e uma Auditoria da Prefeitura, contribuiria para a completa elucidação do caso. Mas, sobre isso, por enquanto, só temos silêncio, de quem tem o dever de falar e de agir.
Por falar nisso: esclarecida a roubalheira do Teatro, é preciso levantar o que foi feito do dinheiro público investido no Edifício Castro, para que hoje o prédio estivesse, como está,servindo de ninho de morcegos e berçários do mosquito da dengue. Alô, Vereadores! Cadê a CPI?
VEJA O PROTESTE JÁ DO CQC - TV BANDEIRANTES
REVEJA O QUE DIZÍAMOS, QUANDO O SILÊNCIO ERA GERAL
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Um comentário:
Esta gestão, assim como as demais forma uma espécie de couraça onde a imprensa chapa branca acaba impedindo que as notícias cheguem à população, que acaba achando que tudo está um mar de rosas. Não é verdade. Cubatão ainda precisa mudar, e para que isso aconteça, a população precisa ser bem informada de coisas que passam despercebidas bem debaixo de nosso nariz. Parabéns ao jornalismo do CQC, na minha opinião, o melhor do Brasil. È um espaço em nossa televisão onde eles escancaram o que tentam esconder de nós, meros eleitores, que somos lembrados somente em épocas esporádicas, também chamadas de período eleitoral.
Que venham os mentirosos, mas só espero que nossa população esteja preparada!
Carlos Alberto
Presidente da LCAM
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