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terça-feira, 26 de maio de 2009

Largo do Sapo virou páteo de containeres. Tombamento já!



O Largo do Sapo, marco inicial da cidade, e onde ainda restam algumas poucas casas que lembram o período colonial, vai acabar de vez, porque, sob os olhares cúmplices e lerdos das autoridades eleitas – em especial prefeita e vereadores – foi transformado em páteo de contaneires à céu aberto. Funciona na Travessa José Vicente, em frente ao Centro Guará Vermelho de Estudos Ambientais.

Leis da legislatura passada, aprovadas pela Câmara, sob os olhares omissos da então vereadora e agora prefeita e sua bancada - as de nº 50/07 e 54/08 – permitem essa aberração: a instalação de um páteo de containeres em um local – que pelo significado histórico que tem – deveria ser imediatamente tombado e preservado.

A denúncia é do ator e diretor de teatro, Lourimar Vieira, que já levou o caso à Cetesb, à Polícia Florestal, DPRN, CMT e à própria prefeita, por meio do processo 10006/09. Há também um Inquérito Civil aberto pelo Ministério Público, de nº 27/09. Lourimar, com razão, pede socorro. “O Teatro me ensinou que quando alguém te bate, você deve gritar. Eu grito: Socorro! Salvem o Largo do Sapo!”.

Segundo Lourimar, “a prefeita sabe do problema, pois desde o início do ano o processo está tramitando. “Já falei com ela pessoalmente. Não pode tráfego de caminhões de containeres dentro da cidade. Se as pessoas de bem não entenderem isso, Largo do Sapo será totalmente destruído. Não posso fechar meus olhos para um problema tão sério”, conclui.

Nem se pode dizer que a violência contra o patrimônio histórico esteja sendo praticada às escondidas ou na calada da noite. Quem passar pela Ponte sobre o Rio Cubatão sentido centro-indústrias), pode ver do lado direito um monte de containeres quase dentro do Rio Cubatão, desresepeitando,inclusive a legislação ambiental,45 metros para dentro da área de preservação.

O interessante é que, justo a prefeita Márcia Rosa, foi uma das líderes do Movimento dos moradores do Casqueiro para impedir a implantação de containeres no bairro, lembram? Enquanto lutava para impedir lá – avalizou pelo silêncio ou omissão – um crime que é a destruição de uma área histórica, a ser tombada e preservada.

Na Câmara – que diante da política da atual administração de emparedar vereadores para cooptá-los por meia dúzia de “carguinhos” na Prefeitura – move-se com a velocidade de uma tartaruga cansada, o vereador Paulo Tito,da base do Governo,pediu providências para alterar as leis feitas de encomenda para atender os interesses das transportadoras.

Poderia ter ido além: ele próprio apresentado projeto de lei revogando a autorização para containeres no Largo do Sapo, porque isso o próprio Legislativo pode. Como “jaboti não sobe em árvore”, até que as leis que permitem o páteo de containeres no Largo sejam revogadas, continuarão falando alto interesses das empresas de containeres e transportadoras.

UM POUCO DE HISTÓRIA

Ponto de transbordo de carga e descarga, de passagem e descanso, o Largo do Sapo, anteriormente chamado Passagem de Cubatão (atual Praça Coronel Joaquim Montenegro) faz parte da história da cidade, desde 1.713. Em 1.643, Cubatão, havia padres jesuítas que habitavam e dominavam as terras que margeavam o rio; haviam recebido da Coroa o direito de explorar a baldeação de uma margem à outra. Esse privilégio foi depois estendido a toda navegação até Santos, e passaram a monopolizar impedindo a concorrência de outros particulares.

Assim, instalaram uma espécie de alfândega, sendo obrigatório o pagamento de um pedágio (pessoas e mercadorias) para quem precisasse atravessar, além de alugarem botes e canoas. É aí que surge o embrião do que viria a ser a cidade.

Essa situação continuou até 1.759, quando os jesuítas foram expulsos de Portugal e de suas Colônias, e substituídos colonos da Ilha dos Açores, que se instalaram na fazendas e receberam os títulos das respectivas sesmarias: os cinco Manuéis – Manuel Antônio (o primeiro, em 1.814), Manuel do Conde, Manuel Espínola Bittencourt, Manuel Raposo e Manuel Corrêa.

Um comentário:

Beto do Alho disse...

Estamos junto, sei por meio de fontes que não posso revelar que o historiador de renome Waldir Rueda foi pago por dois empresários para aparecer na tv e jornais falando contra a prefeita Marcia Rosa, defendendo a demolição do patrimônio histórico de cubatão.