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quarta-feira, 27 de maio de 2009

Sai Piracicabana, entra Viação Bom Jesus

Está confirmado: a partir do mês que vem, sai a Piracicabana que, por meio judicial conseguiu a interrução do contrato e ainda sai levando como prêmio cerca de R$ 17 milhões da Prefeitura, e entra a Viação Bom Jesus.

A Bom Jesus ganhou a concessão para explorar o transporte coletivo em caráter emergencial por seis meses, contrato que poderá ser estendido por mais seis meses. A nova empresa fica de junho até dezembro, e o contrato poderá ser estendido até junho de 2.010.

Dos novos donos da concessão, pouco ou quase nada se sabe; apenas que a Administração utilizou-se da própria sentença que declarou interrompido o contrato com a Piracicabana e que manterá tarifa de R$ 2,00, comprometendo-se a utilizar ônibus mais novos dos que os utilizados pela empresa que sai. Também não está esclarecido qual o grau de ligação que tem com o detentor do monopólio do transporte coletivo no Brasil, Nenê Constantino. Fontes ligadas à empresa negam ligação com o dono da Gol.

Também não está definido se a administração extinguirá o SIT - o Terminal de baldeação criado na Administração anterior para aumentar os lucros da Piracicabana e que só piorou a qualidade do transporte, aumentando - e muito - o tempo de espera para os passageiros. A prefeita prometeu extingui-lo no primeiro mês de mandato, porém, além de não cumprir a promessa, agora mostra-se reticente.

O padrão visual da frota poderá ser o mesmo que a Administração Márcia Rosa vem utilizando para pintar os cruzamentos das principais vias com as cores branca e vermelha, por coincidência (apenas por uma simples coincidência), as cores do Partido dos Trabalhadores.
Vem aí, portanto, muito provavelmente, os vermelhinhos, os ônibus da Viação Bom Jesus, a nova concessionária.

MAIS DO MESMO

O interessante é que a nova Administração não diz uma palavra sobre as propostas relacionadas às alternativas ferroviária, hidroviária, e cicloviária. No caso das ferrovias, as duas estações que poderiam ligar Cubatão a Santos e a Cosipa, continuam desativadas. Mais ainda: a malha ferroviária, usada apenas para transporte de carga, poderia ligar Cubatão a São Vicente, Praia Grande e ao Litoral Sul.

No caso da matriz hidroviária, balsas poderiam ligar a Santos, a Cosipa e a São Vicente, de forma mais rápida e mais barata, desafogando as congestionadas vias de transporte.

Com relação as ciclovias, a cidade é plana, as distâncias são curtas, e poderiam ser utilizadas como um eficiente e barato meio de transporte.

Nada disso, contudo, é levado em conta.
O que conta mesmo é a transferência de contrato de uma empresa que explora o transporte coletivo apenas para o lucro, para outra, com a mesma finalidade. A proposta de criação de uma Empresa de Transporte Público - bandeira que sempre foi defendida pelo PT - é solenemente ignorada, mesmo se sabendo que a maioria dos funcionários da ex-ECTC, hoje estão na CMT, apenas com a função de aplicar multas aos motoristas na Av. 9 de Abril.

Repito o que já disse: Cubatão, com o orçamento que tem, com crise e tudo, pode subsidiar o transporte público de passageiros cobrando a tarifa simbólica de apenas R$ 1,00. Em todas as
capitais européias, que são as mais ricas do mundo, os cidadãos pagam, em média, metade do valor real da passagem.

Buena Vista Social Club

Em janeiro de 2000, conheci Havana ao participar do Festival de Poesia e Artes, representando oficialmente o Ministério da Educação. Lá lancei o livro "Carta aos Náufragos" e tive oportunidade de ler o meu poema "En las calles de Habana", que está no livro, em La Casa de las Américas, fundada em 1959, e que se constitui em um ponto de referência cultural da América Latina e Caribe. A Casa promove a arte e a literatura tendo como princípio a integração da região. Durante os anos em que Cuba vivia total embargo econômico e político a Casa serviu como ponte entre a ilha e o mundo. Foi uma experiência inesquecível.

Na época, Wim Wenders, o cineasta alemão, que entre outras coisas dirigiu o clássico "Paris Texas", lançava o Buena Vista Social Club, projeto de Ry Cooder, o músico americano, que permitiu a músicos cubanos no ostracismo, como Ibrahin Ferrer, Compay Segundo (ambos já mortos) excursionarem e se tornarem conhecidos mundialmente.
Veja o Vídeo do Buena Vista Social Club -Chan Chan.


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