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sábado, 28 de novembro de 2009

Violência covarde contra um jornalista


O Governo da prefeita MR, que tem se notabilizado pela incompetência, despreparo e improviso, acaba de mostrar seu verdadeiro caráter anti-democrático. Por trás do sorriso róseo da prefeita MR,há truculência e o velho hábito autoritário de não conviver com a crítica. Nem a mais leve crítica é tolerada.

Recentemente, ela mandou dizer por assessores que não permitiria a minha presença numa audiência com as famílias do Bolsão Sete, das quais sou advogado, regularmente constituído. Diante da denúncia pública, inclusive com repercussões na Câmara e o protesto de vereadores, inclusive do presidente do PT, Paulo Tito, e dos vereadores José Aparecido Dédinho, e do vereador Tucla, da base de apoio, MR recuou.

Agora é o jornalista Allan Nóbrega, que acaba de ser demitido da função que exercia de Editor do Jornal da Cidade, pelo dono do veículo que, pressionado pela prefeita e seus acólitos, atribuiu ao jornalista a responsabilidade pela publicação de uma carta com críticas à administração. Como se não estivéssemos num regime democrático e a crítica fôsse proibida.

Alguém precisa avisar para a prefeita MR que a ditadura acabou e o partido da qual ela faz uso, mas que nunca teve qualquer papel relevante na sua construção, foi instrumento fundamental para isso. É inacreditável, que o neopetismo, que na prática vem negando a história de luta dos trabalhadores por Justiça e Liberdade, cometa mais essa violência.

Veja, abaixo, a Nota do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de S. Paulo

NOTA DE REPÚDIO
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A Regional de Santos do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo repudia a atitude inconsistente do Jornal da Cidade, contra o jornalista Allan Nóbrega.

Não é a primeira vez que um jornal, para se redimir junto ao Poder Público, se isenta de responsabilidade de uma publicação e a condiciona somente ao jornalista profissional.

A carta do leitor que, por acaso, fez críticas à Administração de Cubatão, é um documento sempre condicionado à identificação de seu autor (a), cabendo ao jornal avaliá-la, aceitá-la, publicá-la e arcar com a responsabilidade. E não transferi-la ao jornalista.

Se desculpar atribuindo a responsabilidade somente ao jornalista Allan Nóbrega foi uma atitude, no mínimo, covarde, pondo em risco a credibilidade do jornal e reafirmando o famoso e velho ditado “a corda sempre rompe do lado do mais fraco”.

Jornalismo é isenção, é compromisso e, principalmente, é verdade. O Sindicato dos Jornalistas jamais se calará diante de situações como essa, em que uma explicação oficial de última hora, coloca em xeque o trabalho de um profissional da notícia, que vive de salário e não de favores ou de opinião da classe economicamente dominante deste País.

Santos, 23 de novembro de 2009.

SINDICATO DOS JORNALISTAS PROFISSIONAIS DO ESTADO DE SÃO PAULO

3 comentários:

Unknown disse...

Caro Dojival, agradeço a solidariedade, mas preciso fazer uma colocação importante.
Posso garantir que a Prefeita Marcia Rosa NADA tem a ver com a minha saída do jornal.
Pelo contrário. Tanto a Chefe do Executivo quanto sua família e equipe foram os primeiros a mostrar solidariedade a mim neste caso.
Não farei mais comentários sobre esse episódio, que para mim está superado.
Forte abraço.

Dojival Vieira disse...

Caro Allan,
Não sei quais as razões que o levaram, a não apenas sair em defesa da prefeita MR, adiantando que a mesma nada teve a ver com a sua saída do Jornal.("Tanto ela como sua equipe e família foram os primeiros a manifestar solidariedade a mim".)
Longe de mim pretender contraditá-lo, uma vez que, temos tido, até o momento, uma relação profissional pautada pelo diálogo respeitoso. Me abstenho de comentar aqui conversas em privado que temos tido sobre esse e outros temas de interesse público, inclusive em horários pouco convencionais, como se deu nesta madrugada.
Entretanto, quem vai em direção oposta a sua versão, é a Nota de Repúdio lançada pelo Sindicato dos Jornalistas.
A Nota é clara quando manifesta solidariedade, e pode ser resumida assim: na condição de editor do Jornal Cidade, Allan teria publicado uma carta de leitor com críticas à Administração. O dono do jornal, pressionado, teria responsabilizado, injustamente, o jornalista, demitindo-o.
Ora, ao que me conste Administração/Poder Público quer dizer Prefeitura, críticas à Administração é crítica a prefeita; A pressão sobre o editor teria partido de quem mais? Então a defesa feita da Chefe do Executivo, fica sem sentido. De onde mais, então, teriam partido as pressões que levaram à sua demissão? Sabemos que coisas estranhíssimas estão acontecendo nessa cidade. Essa discussão, entretanto, é relevante porque toca no nervo da promiscuidade existente entre a Administração Pública (não apenas nessa, diga-se)com empresas de jornalismo chapa branca.
Forte abraço.

Anônimo disse...

Dojival, belo contorno! Só tem que provar quem está falando a verdade.