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quarta-feira, 29 de julho de 2009

Gripe: crianças das creches ficam expostas

Na foto, na recepção a Pelé, o secretário da Educação e a prefeita MR. O secretário deixa crianças de 0 a 3 anos expostas ao risco da gripe A e só 30 dias depois anuncia suspensão das atividades nas creches.
Depois de trinta dias, sem que qualquer providência fosse tomada, o Secretário Fábio Inácio, que está se notabilizando pela inaptidão para o cargo – onde tem a tarefa de gerenciar um orçamento de R$ 184 milhões este ano – anunciou finalmente, que paralisará o serviço de creches até o dia 17 de agosto por medida preventiva à gripe tipo A, a gripe suína.
Nesse período – e a decisão só foi tomada por causa da suspeita da morte do estudante de Medicina, cuja família mora no Casqueiro, embora ele próprio residisse no Rio e tenha falecido em Hospital de Santos – as crianças das 12 creches do Município ficaram inteiramente expostas ao risco do contágio da doença, sem qualquer orientação.

Durante todo o mês, mães encaminharam seus filhos mesmo doentes para Unidades de Educação-Creche, alegando não poder levá-los de volta prá casa, uma vez que a grande maioria trabalha durante o dia. Além da falta de orientação, as creches também não dispunham de qualquer material como gel e álcool gel para a realização de profilaxia.

A Secretaria de Educação esperou todo esse tempo para tomar uma decisão que poderia ter preservado as crianças do risco e só o fez seguindo decisão da União dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime). Detalhe: crianças na faixa até 2 anos fazem parte do grupo de risco.

Trabalhadoras da Educação que prestam serviços nessas creches não escondem a estranheza diante da lerdeza da Secretaria de Educação e se queixam de que crianças doentes tem sido encaminhadas pelos pais sem qualquer orientação. “Além de colegas grávidas – que fazem parte do grupo de risco, há crianças que estão sendo levadas doentes para as creches”, afirmam, pedindo a omissão dos seus nomes por medo de perseguição.

Também se queixam da situação precária de prédios onde funcionam essas unidades o que – dada as condições de higiene – torna ainda mais arriscado o contato com o vírus da gripe A.

O Secretário, que passou um mês sem tomar nenhuma providência, deu até sexta-feira (31/07) para que os pais se virem sobre onde deixar as crianças neste período. Nas creches são mantidas de 25 a 40 crianças na faixa etária de 0 a 3 anos de idade.

Os alunos da Rede de ensino fundamental do município, como se sabe, estiveram de férias no mês de julho, enquanto as crianças das creches ficaram expostas ao perigo do contágio. O início das aulas na rede foi adiado para o dia 17 de agosto.
Sem alarmismo
Ao contrário da lerdeza do Secretário, o Ministro da Saúde José Gomes Temporão tem dado um show de competência, mantendo a população informada e alertando contra o alarmismo. A gripe tipo A tem um índice de letalidade igual a gripe normal (0,5%) e a preocupação que desperta é porque o H1N1 é um vírus novo e ainda não há pesquisas científicas definitivas sobre suas características.
Só para se ter uma idéia, no ano passado, morreram de complicações adquiridas por gripe normal 70.142 pessoas, número que não se compara as poucas mais de 50 mortes por gripe suína registradas até aqui.
De qualquer forma, convém tomar os cuidados e as preocupações e isso só se faz com agilidade nas providências - e especialmente, com informação e orientação sobre como proceder - que foi exatamente o que faltou no caso das creches.

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