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quinta-feira, 9 de julho de 2009

Zé Moraes agora contra funcionários

Atritado com esportistas da Liga de Artes Marciais de Cubatão, com cuja diretoria se indispôs, o secretário de Esportes, José Moraes, passou a perseguir funcionários do quadro de servidores a quem trata como empregados, com direito a broncas e repreensões públicas e ameaças de transferência.

A denúncia está sendo feita por funcionários da Secretaria que relatam o clima de medo e terror instalado desde o dia 1º de janeiro deste ano, quando Moraes, passou a adotar o estilo “xerife” truculento. Eles preferem manter seus nomes em sigilo – para evitar perseguições.
A assessoria política da prefeita Márcia Rosa já aconselhou o secretário a não bater de frente com funcionários, em especial, com setores da sua base de apoio na campanha como foi o caso da Liga de Artes Marciais, porém, as recomendações se demonstraram, até o momento, inúteis.

Mais uma vítima

A vítima desta vez foi o eletricista Edenilson da Silva Cruz, o Maresia (na foto à direita), funcionário público desde 1.985, que nesta segunda-feira (06/07) foi pressionado a realizar o serviço, mesmo sem o equipamento e material adequado (brocas usadas para furar uma parede e conduletes para a acomodação de cabos elétricos) e ameaçado da perda dos dois dias de folga a que tem direito por ter trabalho nas eleições, além do corte da delegação de servidores que estarão nos Jogos Regionais, que começam na semana que vem, em Santo André.

O caso, segundo advogados ouvidos pelo Blog, configura evidente assédio moral, e o secretário poderá ser acionado judicialmente pelo funcionário.

Como foi

O desentendimento começou quando Moraes exigiu que o funcionário executasse o serviço sem as brocas e conduletes que seriam utilizadas nos reparos no vestiário das piscinas, sem iluminação devido a um curto circuito causado pela infiltração de água. Em seguida, sem esperar as explicações de que o serviço não havia sido feito por falta de material e que estava tendo de trazer brocas para vazar as paredes de sua própria casa - Moraes chamou o funcionário à sua sala e passou a repreendê-lo afirmando que o mesmo não fazia o trabalho e que tinha de ficar cobrando.

Funcionários que assistiram a cena contaram que o secretário protagonizou cenas constrangedoras e parecia fora de controle. Disseram que, em altos brados, ameaçou Maresia de que se não fizesse imediatamente o serviço, seria transferido. “Se não fizer o serviço tá fora, te transfiro”, afirmava aos berros.

Pouco adiantou a explicação do funcionário de que não havia se negado a realizar o trabalho, porém, se era esse o desejo do secretário – a sua transferência – ele próprio tomaria a iniciativa e, portanto, desobrigado estava, uma vez que não estava mais lotado no setor. “Você vai fazer sim, e só libero com o trabalho pronto. Você não quer trabalhar e fica com desculpinha”.

Assédio Moral

O assédio do secretário continuou, inclusive, no dia seguinte, terça (07/07), com ameaças de corte do funcionário da delegação que estará nos Jogos Regionais, em Santo André. “Contrata um eletricista em Santo André e paga com o adiantamento, mas ele não vai por jogos”, gritava descontrolado Moraes.

Humilhado, o eletricista respondeu, segundo testemunhas: “Deixa eu te falar uma coisa, eu estou na prefeitura há 24 anos, fui aos jogos em 4 anos. Durante os 20 anos que não fui, não morri de fome, e nos 4 anos que fui não fiquei rico, então deixa de ser ridículo, e fica com teus jogos”, e saiu da sala.

Sem controle

Pouco depois, já cuidando da transferência determinada a uma secretaria, o funcionário lembrou ao secretário que tem direito a dois dias de folga por ter trabalhado nas eleições e mostrou o comprovante. “Nesta secretaria mando eu e não o juiz”.


Funcionários da Secretaria contam que o descontrole do Secretário tem se estendido a outros servidores. Uma das quais de nome Fátima, por exemplo, proibida por ele de dar aulas de ginástica no Centro Esportivo, onde sempre atuou. Abatida, a funcionária teve de se afastar em licença médica.

Procurado pelo Blog, Maresia, que já trabalhou em vários outros setores da Prefeitura, e que é um dos diretores da Escola de Samba do 31 de Março, preferiu não falar, porém, não negou o incidente. Disse que o assunto está entregue a advogados e caberá aos mesmos tomar as providências que julgarem cabíveis – tanto no âmbito Administrativo quanto judicialmente.

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