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terça-feira, 7 de julho de 2009

Teatro: MR retoma e livra cara de suspeitos


Na foto, do Blog do Allan Nóbrega: Depois de seis meses, a prefeita MR faz vistoria no Teatro e encena providências que, na prática, livra a cara dos responsáveis pelo desvio de R$ 1,8 milhão.

Passados quase seis meses desde que a Secretária de Cultura, Marilda Canelas, garantiu que não haveria "jeitinho" no caso do escândalo do Teatro, a prefeita Márcia Rosa a desmentiu. Anunciou nesta terça-feira (07/06) a retomada do próprio público municipal, com um detalhe, muito revelador: nenhuma palavra sobre quais as providências que a Prefeitura tomará para reaver os R$ 1,8 milhão que foram usados numa maquiagem mal feita, com dinheiro público investido pela Petrobrás, em uma operação que tem todo o jeito de maracutaia política, das grossas.



O caso só começou a preocupar a Prefeita depois que foi notícia no CQC e o escândalo ganhou repercussão nacional. Até o Jornal A Tribuna, que é uma espécie de Diário Oficial, pois tem contrato de mais de R$ 1 milhão/mês com a Prefeitura, acordou.



Antes, ela havia recebido Edson Carlos da Silva, o Bombril, o presidente da TUPEC para reuniões em gabinete, em companhia de secretários como se tratasse de assunto de Estado e não de um golpe com participação de gente graúda.



Há um dado revelador, que provavelmente explica o porque da prefeita tratar o caso com tanto cuidado e zelo: quem administrava a maquiagem pela TUPEC era nada mais nada menos que a Terracom, a empresa que a apoiou, inclusive com dinheiro para a campanha e cujo contrato para exploração da coleta de lixo, foi o primeiro a ser renovado (prorrogado por um ano, no dia 05 de janeiro deste ano).



O mais interessante é que a decisão aconteceu precisamente no mesmo dia em que protocolei no Fórum e na Prefeitura duas representações. No Fórum, pedindo ao promotor Rodrigo Fernandes Dacal, que já investiga o sumiço dos R$ 1,8 milhão, por meio do Inquérito Civil 33/08, que aprofunde a investigação para se saber quem são os responsáveis pelo mais escandaloso caso de corrupção e desperdício de dinheiro público.


Na Prefeitura, pedimos a prefeita Márcia Rosa, que instaure uma Auditoria Pública para apurar os desvios, desde o início da obra, e que ajude nas investigações para buscar o dinheiro que foi parar no bolso de alguns poucos, e a responsabilização criminal e civil dos responsáveis.



De olho



Na Representação ao Ministério Público, que é assinada por mim e mais por Marcos Roberto Silva de Paula, Thiago Garcia, Cristiano Alves Vieira e Diego Lyno da Silva, pede-se:



1 - o aprofundamento das investigações em curso no Inquérito Civil instaurado, para o fim de apurar o total de dinheiro público investido na malfadada obra, desde 1.989, seus usos e destinos, bem como os responsáveis;
2 – A oitiva dos Administradores Públicos, desde 1.989, quando a obra foi iniciada, a saber, José Osvaldo Passarelli, Nei Serra, Clermont Silveira Castor e Márcia Rosa de Mendonça;
3 – A quebra do sigilo bancário telefônico e fiscal do Presidente da Associação dos Amigos Tudo pela Cultura (TUPEC);
4 – Que se dê ciência ao Tribunal de Contas da União, quanto ao apurado no Inquérito Civil 33/08, para que aquele Egrégrio Tribunal tome igualmente as providências que lhe são pertinentes;
5 - Outras providências que forem julgadas necessárias por V.Excia., para o fim da completa elucidação do caso, identificação dos responsáveis pelos desvios e sua conseqüente responsabilização nas áreas criminal e cível, inclusive para o fim do ressarcimento dos recursos desviados aos cofres públicos.



Estamos de olho e vamos cobrar porque a atitude da prefeita de reassumir o próprio municipal, sem apurar responsabilidades e buscar reaver o dinheiro desviado na mutreta não é só suspeita. É suspeitíssima.

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