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domingo, 15 de novembro de 2009

Falta de dinheiro ou de idéias?

Quem ouviu a prefeita MR queixar-se da crise, com o alarmismo que caracterizou suas declarações, deve ter pensado: é verdade.

Não, não era verdade. Era só uma forma de encobrir a incompetência, a falta de projetos. O orçamento de Cubatão, apesar da crise, que não teve impacto significativo crescerá de 2009 para 2010: passará de R$ 801 milhões 827 mil, para R$ 933 milhões 117 mil – um acréscimo de R$ 121 milhões.
O orçamento – Projeto de Lei 027/2009 - já foi aprovado pela Câmara, por unanimidade.

Onde está a crise? Quais foram os impactos, se os recursos disponíveis, ao invés de baixarem, cresceram?

O que tem faltado mesmo é um Governo que tenha idéias e propostas para melhorar as condições de vida das pessoas, ao invés de tentar iludi-las com factóides e
propaganda.

FORA, ZÉ MORAES!

O Secretário Zé Moraes de Luca já demonstrou que está mais para administrar o seu próprio negócio (o comércio de material esportivo na Av. 9 de Abril), do que ser gestor público numa Secretaria de Esportes que este ano teve R$ 8.6 milhões. A última, foi faltar, sem justificativa, ao depoimento em que deveria esclarecer a uma Comissão de Vereadores, o escândalo do alojamento de adolescentes a um Motel nos Jogos Regionais, em São Caetano.

Atraído para fazer parte de um Governo sem Rumo (aliás sua própria escolha demonstra isso, conforme confessou em vídeo, que é público), Moraes começou sua gestão trombando com uma parte da base de apoio da prefeita - a Liga de Artes Marciais (LCAM), dirigida por Carlos Alberto Cruz, que desenvolve um trabalho admirável, sem ajuda nem recurso público.

Mais do que falta de sensibilidade revelou-se truculento e mal educado no trato com os dirigentes da entidade. Não bastasse isso, o caso dos adolescentes alojados em um motel nos Jogos Regionais, que a prefeita MR não quer apurar e proibiu sua base na Câmara de fazê-lo.

A prefeita, além de apurar o caso, deveria ter afastado o Secretário, indicado pelo vice, Arlindo Fagundes, que hoje é apenas tolerado no Paço Municipal pelo grupo da prefeita.

Já que a prefeita finge que não é com ela, dizemos nós: FORA, ZÉ MORAES!

20 DE NOVEMBRO - SILÊNCIO E OMISSÃO EM CUBATÃO

Lamentavelmente, enquanto no Brasil inteiro se reflete sobre a situação de injustiça e desigualdade que atinge 50,6% da população brasileira, em Cubatão, onde somos 57,1%da população, reina um silêncio ensurdecedor.

Cubatão é uma das sete cidades de S. Paulo, que tem maioria de sua população negra. É também a mais importante, do ponto da economia e do orçamento. Por Lei Municipal, cujo projeto é de autoria da ex-vereadora Rozi França Abreu, adota cotas nos concursos para o serviço público.

Entretanto, nem nos governos anteriores, nem neste da prefeita MR, não se observa qualquer iniciativa para enfrentar e superar o abismo de desigualdade enfrentado pela população negra.

É óbvio que as políticas públicas devem ser universais, vale dizer: para todos. Mas, também é óbvio que, por imperativo de Justiça, se reconheça que negros são os mais pobres dentre os pobres, por conta da herança maldita de quase 400 anos de escravismo e de mais 121 anos de racismo pós-abolição.

No caso de Cubatão é fácil constatar isso: somos a maioria quase esmagadora dentre os 2/3 da população que sobrevive às margens, nas favelas e periferias, sem acesso condições de vida dignas.

É preciso que nós negros junto com os brancos que tem sensibilidade para entender que o racismo é elemento estruturante da desigualdade social, nos organizemos para exigir da prefeita MR:

1 - queremos políticas públicas nas áreas da Educação, da Saúde, Mercado de Trabalho, para todos, mas que respeitem o componente étnico-racial, por imperativo de justiça;
2 - queremos liberdade para as religiões afro, cujos adeptos são costumeiramente marginalizados, perseguidos e demonizados;
3 - queremos o Feriado de 20 de Novembro em Cubatão, assim como acontece em mais de 400 cidades brasileiras;
4 - Queremos a adoção de Programas de Saúde para o tratamento das doenças que atingem predominantemente negros, como é o caso da Anemia Falciforme.
5 - Queremos a implementação imediata da Lei 10.639/2003, na rede oficial e particular de ensino de ensino do município.

2 comentários:

Anônimo disse...

Sobre o item 5, que lei é essa?

Dojival Vieira disse...

A Lei 10.639/2003 obriga a inclusão da Disciplina História da África e Cultura Afro-Brasileira em todas as escolas do sistema de ensino oficial e particular.
Não se trata de uma liberalidade, mas de obrigatoriedade.
A Lei, infelizmente, não vem sendo cumprida, não apenas em Cubatão, mas na maior parte das escolas do Estado e do país, devido a triste tradição das leis que pegam e e as que não pegam (sempre as que estão voltadas ao povo em geral e, em particular, a população negra).