Seguidores

domingo, 10 de janeiro de 2010

DIARIO DE VIAGEM: BARCELONA, EL RASTRO E A NEVE

Domingo, 10 de janeiro (noite) - Madri está sob uma intensa nevada e eu pude sentir, pela primeira vez, os rigores do inverno europeu. Aqui na Peñacalles, bairro de Salamanca, rua em que mora meu enteado, Mano, caminhei com o chao completamente tomado pela neve e estive no Parque Fonte Del Berro, igualmente coberto. Carros e os telhados das casas, idem.
Agora, passa da meia noite e a neve continua a cair. Vejam o que diz o El País, o principal jornal espanhol.

La nieve activa todas las alarmas en Madrid

"Una intensa nevada hace casi imposible la circulación en las calles de la capital.-Las previsiones indican que seguirá nevando copiosamente de madrugada.-El Ejército interviene en Móstoles y Leganés tras solicitarlo sus alcaldes.-Fomento abrirá los peajes de los accesos a la capital de 7 a 9 de la mañana para agilizar el tráfico y evitar el caos."

Valei-me meu Padim Pade Ciço!!!

Domingo, 10 de janeiro (manha) - Para quem está em Madri, um programa imperdível é bater perna pelo mercado El Rastro - uma espécie de Feira, que ocupa várias ruas próxima a Estaçao do Metrô Tirso de Molina, centro.

Tem de tudo. É impressionante. Debaixo de um frio próximo a zero, que aumentaria e descambaria numa intensa nevada (veja acima), percorremos ruas e ruas com centenas de barracas, que vendem todo o tipo de quinquilharias, de roupas usadas à antiguidades, como peças do mobiliário do século XVIII.

No dia anterior, no sábado (08/janeiro), conhecemos o restaurante do seo Henrique, um português que vive há anos em Madri e conhecido pela qualidade do bacalhau que serve. O português de vastos bigodes brancos, toda vez que trazia o prato, avisava: "cuidado, está chateado". Nao entendemos até ele explicar, que "o prato estava quente". Na saída, ganhamos duas garrafas de "bagaço" uma espécie de pinga que seu Henrique garante que vem de Bragança, sua cidade de origem.


Aqui, a fachada principal da Casa Batlló; mais abaixo com a minha mulher experimantando a comida catala, que ninguém é de ferro.
Da capital da Catalunha, 06/janeiro - Saímos bem cedo, com um frio próximo aos 5 graus para pegar o metrô em direçao ao Terminal 4 do Aeroporto de Barajas, onde tomaríamos o vôo da Companhia Vueling - que faz a ligaçao com as províncias espanholas. Vôo rápido: 50 minutos.
Barajas, que foi o terror para muitos brasileiros mandados de volta pelos controles da imigraçao espanhola, é um aeroporto moderno de linhas arrojadas. Lembra uma instalaçao futurista e ainda faz escuro, mesmo às 8h, quando nos dirigimos ao portao de embarque.
O primeiro choque é que temos de tirar sapatos, cinturoes e tudo de metal que porventura carreguemos. Nos dao aquelas sapatilhas de plástico que se usa em hospital para evitar contaminaçao. Submetemos a bagagem e tudo em nosso poder. Tempos modernos em que os países europeus - por conta do fenômeno do terrorismo - comeñam a implantar escaneres do corpo inteiro, medida que manda às favas qualquer privacidade porque a pessoa fica literalmente nua.

Barcelona é um choque de modernidade e beleza, desde a entrada. Aeroporto moderno, aerobus que tomamos até ocentro, superlimpo, rodando por uma autopista rápida que, em 25 minutos nos deixa na Praça Catalunya, centro de Barcelona. Caminhamos por cinco minutos e pegamos o metrô até o Arco do Triomph, que lembra o similar de Paris e que abre para uma ampla e arborizada alameda, calçada e arborizada. Chegamos ao Hotel - o Catalunya Princesa - em menos de três minutos, caminhando. A vasta Alameda do Arco do Triomph, normalmente povoada por esqueitistas e ciclistas, vazia, por causa do feriado de Reis.

O choque é inevitável e só está começando. A cidade tem uma história que remonta ao domínio romano, passando pelo período medieval. Você anda pelo bairro gótico e se depara com prédios e construçoes dos séculos XV, XVI e XVII. Até mesmo uma muralha romana é preservada. Anda por ruazinhas super estreitas e fica de boca aberta com tanta beleza.

"Meu Deus!", comento com minha mulher, ao andarmos pelas ruazinhas com a sensaçao de uma viagem de volta no tempo e onde se tem a impressao de um mergulho profundo na história. A Catalunha se forjou como Naçao própria, desde o período da ocupaçao romana. Sao séculos de história e tradiçao que culminam com a heróica resistência na Guerra Civil (1.936 a 1.939) e durante o regime franquista, que só terminaria em 1.975, com a morte do ditador.

No primeiro dia, além da descoberta do Bairro Gótico, uma passada no Museu Picasso, fomos conhecer a Igreja da Sagrada Família, uma das obras do genial arquiteto catalao Antoni Gaudi.
Terminamos a noite, andando pelas ruazinhas estreitas do bairro Gótico, a parte mais antiga da cidade. Os restaurantes - em profusao na Catalunha e em toda Espanha (existem bares para cada espanhol), sao limpos, o cardápio é variado e o serviço de primeira.

Na quinta-feira, 07 de janeiro - Dia de chuva e de muito frio. Saímos para conhecer La Rambla - um enorme calçadao, com barracas para venda de material turístico de lado a lado. A principal atraçao de La Rambla é a Boqueria, o mercado, onde é possível encontrar de tudo - de frutos do mar, a flores dos mais variados tipos.

O frio e a chuva sao insistentes, mas seguimos até o porto de Barcelona. O monumento à Cristóvao Colombo (Glória a Colon), impressiona, mas a chuva faz aumentar a sensaçao de frio, embora eu e minha mulher estejamos bem agasalhados. Acabamos em um imenso shopping no Porto sob a tentaçao das "rebajas", ou "rebaixes", em catalao, a temporada de liquidaçoes aberta logo após o feriado de Reis.

É possível comprar qualquer coisa por preços em até 70% abaixo do normal. Mas, convém nao esquecer que estamos falando de Euros, cujo valor é quase 3 vezes maior ao Real.

Entao, a tentaçao é grande, mas a grana é curta.

Sexta-feira, 08/janeiro - A chuva parou, embora o frio seja constante. Fomos conhecer a obra prima do genial Gaudi, a Casa Battló, em pleno Passeo de Gracie, uma avenida com lojas chiques e gente bem vestida. Lembrei da Avenida Paulista, embora o conjunto arquitetônico, seja mais impressionante. Na mesma rua, bem próximo, uma outra obra de Gaudi, a Pedreira, também chama a atençao pela arquitetura arrojada.

A Casa Battló, que é considerada a obra prima de Gaudi, é um monumento à beleza. Impossível descrever, porque a sensaçao que se tem é de que se está dentro de um quadro de um genial pintor. Só que neste caso, o quadro é a própria casa, um dos símbolos maiores do modernismo no século XX.

Saímos às pressas da Casa Battló para pegar novamente o Aerobus em direçao ao Aeroporto de Barcelona, para tomar o voo da Vueling de volta a Madri, às 16h.

2 comentários:

FRANZ disse...

Olá Dojival,
Essas fotos são muito bonitas. Aproveite para buscar inspirações aí em Barcelona para quem sabe ser aplicadas aqui. Se puder, veja como é o feito o destino do lixo, a captação e tratamento de água e a manutenção de ruas e calçadas (quem é o responsável).
Abraços,

Dojival Vieira disse...

Franz,
Obrigado pelo comentário. A viagem, além de tudo, está sendo um grande aprendizado de como a velha Europa trata e enfrenta os seus problemas.
Um abraço e aproveito para desejar a você e a família um Feliz 2010.
Dojival