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sábado, 16 de janeiro de 2010
DIÁRIO DE VIAGEM: GRANADA MONUMENTAL
Granada monumental
Alhambra mítica!
Do alto da Torre de la Vela,
Fortaleza de Alcazaba
Os vencidos seguem repetindo a divisa de Dolores
"¡No passaran!, ¡No passaran!"
GRANADA, 15/01 - Durante toda a manha, depois do café - suco de laranja (zumo de naranja) e bocadilhos (o tradicional pao com jamon, o presunto que faz parte do cardápio espanhol), seguimos para Albaicin, o bairro que guarda a herança da velha Granada, com seu casario típico andaluz, as casinhas brancas enfeitadas com jarros coloridos e flores e ruas bem estreitas.
Além do encanto das casinhas, muito antigas, o mirador de San Nicolás, que fica em frente a Igreja do mesmo nome, oferece uma visao privilegiada de Alhambra e da Serra Nevada ao longe. O mirador é um ponto de passagem obrigatória, porque além da vista é possível visitar a Mesquita, o Centro de Estudos Árabes e fazer contato com a cultura cigana.
Antônio, o cantor cigano, no velho estilo, depois de uma discussao acalorada - ao que entendemos pelo ponto - passa a cantar, a caixa do violao aberta para receber as moedas em euros que os visitantes vao jogando.
IMIGRANTES E MARROQUINOS
Em Granada também é possível fazer contato com o drama dos imigrantes, africanos na sua maioria. Senegaleses percorrerem as ruas, vendendo CDs piratas. No caminho para a estaçao para pegar o ônibus de volta à Madri, encontro Hassan, um senagalês que, na companhia de um amigo, se dirige às plantaçoes de azeitona em Jaenz, cidade próxima à Granada. Aliás, de Madri a Granada, viaja-se horas e horas por campos de Oliveiras. Daqui sai boa parte do melhor azeite consumido no mundo, inclusive, por nós no Brasil.
Hassan me diz que há quatro anos trabalha em Jaenz, durante a colheita e agora traz um amigo. Diz que a vida é dificil, que há racismo contra os imigrantes, mas acrescenta. "Nao dá pra reclamar. Em Dacar nao há trabalho prá nós".
Uma outra face da imigraçao é a forte presença dos marroquinos, que transformaram as ruas próximas a Plaza Nueva, em verdadeiros bazares, onde é possível encontrar de tudo. As mercadorias, artesanato, objetos para decoraçao, tecidos, nao sao apenas do Marrocos, mas vários países arábes.
É numa dessas barracas encontro um darbuga, uma espécie de tambor marroquino, que compro como lembrança, e o meu kefia, o tradicional lenço palestino, que procurava nas cores vermelha e branca.
À caminho da Estaçao de Autobuses para pegar o ônibus de volta à Madri, onde chegaríamos exatamente às 12h02, vou observando a Grand Via de Granada, o movimento intenso de turistas. A viagem por uma autopista bem conservada sem transtornos, nem sobressaltos.
Acordei hoje de manha com o poema, transcrito acima, que é a impressao que vou guardar de Granada.
GRANADA, 14/01 - A Fortaleza, com os seus palácios, em especial os dos Nazaries - a última dinastia de sultoes árabes - é visitada anualmente por milhares de pessoas. No ano passado, 3 milhoes a visitaram - uma média de 8 mil pessoas/dia, gente do mundo inteiro.
O Hotel em que ficamos - o Zaguan del Darro - fica as margens do Rio Darro, e daqui dá pra ver a Torre de la Vela, Fortaleza de Alcazaba, a entrada principal dos Palácios Nazaries. Para entrar, é preciso reserva para evitar filas quilométricas. Paga-se Vinte e seis Euros.
Antes de entrar, eu e minha mulher, percorremos os jardins de Alhambra, um parque belíssimo, cheio de árvores e muito bem cuidado, e percorrer as exposiçoes do Palácio mandado construir pelo Rei Carlos V, após a reconquista pelos reis Fernando V de Aragao e Isabel I de Castilha, os reis católicos que, aliás, tem suas tumbas na Capela Real, construida junto a Catedral (Século XVI).
De Alcazaba se tem uma visao privilegiada de Granada, com seu casario. Entende-se porque esse lugar era uma fortaleza. Daqui era possível divisar qualquer movimento à distância de quilômetros.
Munidos dos tickets de entrada, que havíamos reservado pela Internet, eu e minha mulher, Dolores, subimos a Fortaleza, em direçao a Torre de la Vela. Na pressa para chegar até o último pavimento, o ticket de entrada que segurava junto com um livro, escapa das minhas maos e é levado pelo vento. Pronto! Acabou-se o sonho de conhecer Alhambra, cheguei a pensar.
Numa fraçao de segundos, porém, o ticket é milagrosamente trazido pelo vento, provocando o meu espanto e alívio. Corremos para a entrada, agendada para as 14h30 e passamos a percorrer as várias e belíssimas dependências do Palácio dos Nazaries até o Jardim de verao onde os sultoes descansavam - o Generalife. Vendo a belísssima arquitetura, os azulejos, a distribuiçao dos espaços é possível entender o porque a presença árabe e muçulmana ainda se mantém viva por aqui tanto depois.
À noite, estivemos no Venta al Gallo, em Sacromonte, para assistir a um espetáculo de dança flamenca. Sacromonte é uma área em Granada onde estao as Cuevas, as casas onde se apresentam os grupos de dança flamenca.
O sapateado, a altivez com que dançam, a voz rouca do cantor cigano, é um retrato, de que a alma gitana está na Andaluzia e, claro, em toda a Espanha.
GRANADA, 13/01 - Chegamos a Granada, na Andaluzia, depois de uma viagem de quatro horas e meia, desde Madrid. De ônibus. Granada foi o último reduto muçulmano da Espanha, denominada por séculos como "el Damásco de Al Andalus. É um ponto de encontro entre civilizaçoes, cidade onde nasceu e foi morto pela ditadura de Franco, Federico Garcia Lorca.
A principal atraçao de Granada é o conjunto de palácios e jardins que constituem Alhambra e Generalife, a fortaleza construída pelos sultaos arábes que durante quase 600 anos dominaram essas terras.
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2 comentários:
Boa tarde, Dojival. Gostaria de umas dicas suas sobre a Espanha. Eu e minha mãe estamos indo, dia 19/03, para Barcelona. De lá, iremos para Granada e, depois, Sevilha. Li que vc foi de ônibus de Madri para Granada. É necessário comprar o bilhete antes ou posso comprar em Barcelona? Da mesmo forma, é fácil ir de ônibus de Granada para Sevilha? Desde já agradeço! Abç.
Gostaria Dogival saber que resposta você deu para o anonimo sobre o onibus que vai de madri para granada. Qual a companhia,preço comprar bilhete eec.
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